António Mexia: “Com as renováveis, o cliente é o centro da decisão”



Num futuro próximo, todos poderemos tomar, todos os dias, as decisões energéticas que quisermos.

Imaginem então esta situação: saimos de casa, de manhã, para o trabalho – isto, claro, se não estivermos já em regime de tele-trabalho, mas essa é outra “estória” – e chegamos à garagem, onde o carro eléctrico esteve a noite toda a carregar, e podemos escolher. Vamos de carro? Ou vendemos a energia recolhida de noite e apanhamos o autocarro?

“O futuro vai ser assim. É uma revolução, vamos ter mais opções”, explicou hoje de manhã o CEO da EDP, António Mexia, no SAP Business Forum.

“O cliente vai ser o líder, vai ter a possibilidade de tomar decisões inteligentes. Com as renováveis, o cliente é o centro da decisão”, explicou Mexia, que mais tarde recebeu no Centro de Congressos do Estoril  o ex-vice-presidente norte-americano e provavelmente o mais conhecido activista ambiental do mundo, Al Gore.

O CEO da EDP fez uma análise qualitativa e quantitativa do percurso da EDP na sustentabilidade, falou dos projectos das barragens, do campo de refugiados de Kakuma, no Quénia, onde a empresa portuguesa está a mudar a vida de milhões de pessoas, e também abordou a crise financeira.

“Se hoje cada barril de petróleo está a 80 dólares, estando nós numa crise financeira, este preço nunca mais vai descer. Aliás, não é difícil de prever que, com a retoma, ele chegue rapidamente aos 150 dólares”, explicou Mexia, à medida que anunciava a descentralização da energia e das comunicações como a era da “terceira revolução” industrial.

“A energia será cada vez mais descentralizada e cada pessoa será responsável por ela, esperemos que de forma inteligente. A fusão entre a comunicação descentralizada e a energia descentralizada é uma nova revolução”, continuou.

Continuando a explicar que o consumidor está hoje no centro das decisões, Mexia terminou os 40 minutos que lhe estavam reservados com um desejo: até meados de 2011, a EDP quer ter 1.300 postos de carregamento de carros eléctricos na Europa. E ser líder também nesta área. Falta de ambição, diga-se em forma de conclusão, é coisa que não falta ao CEO da EDP.





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