Apenas 17% dos resíduos eléctricos de todo o mundo são encaminhados para reciclagem
De um total de 53,6 milhões de toneladas de resíduos de equipamentos eléctricos, que foram gerados em todo o mundo em 2019, apenas 17,4 por cento foram corretamente encaminhados para reciclagem.
Os dados são do WEEE Forum, a associação internacional que representa diversas entidades gestoras de resíduos eléctricos, e que irá pelo terceiro ano consecutivo promover o Dia Internacional dos Resíduos Eléctricos, que se assinala a 14 de outubro.
No ano passado mais de 100 organizações de quase 50 países envolveram-se na organização de vários tipos de ações para assinalar este dia, desde conferências, a workshops, passando por exposições e jogos.
Em 2020 o WEEE Forum convida todos as entidades interessadas nesta temática a assinalar este dia com a organização de algumas actividades que podem ser online, em contexto de pandemia, ou localmente cumprindo as regras estabelecidas.
O Electrão – Associação de Gestão de Resíduos – irá, mais uma vez, associar-se à comemoração de um dia que tem como objectivo a sensibilização, ao nível global, para a necessidade de encaminhar correctamente estes resíduos para reciclagem.
Este ano a proposta do WEEE Forum é que o foco incida na educação de crianças e jovens face avolumar do problema que constituem os resíduos de equipamentos eléctricos.
O volume de equipamentos elécricos fora de uso aumentou 21 por cento em apenas cinco anos atingindo um novo record em 2019, ao atingir os 53,6 milhões de toneladas, de acordo com dados das Nações Unidas (Global E-waste Monitor 2020).
O WEEE Forum sublinha que, em 2019, 44,3 milhões de toneladas de resíduos elétricos, avaliados em 50,8 mil milhões de euros, foram colocados em aterros, incinerados, ilegalmente comercializados ou tratados de forma não adequada, apesar da legislação específica abranger já 71 por cento da população do mundo.
Estima-se que com o avolumar do problema em 2030 sejam geradas 74 milhões de toneladas de resíduos eléctricos.
Estes resultados representam uma enorme perda de valor e de matérias-primas valiosas que são críticas para a cadeia de valor. Colocam também em sério risco a saúde humana, o ambiente e levantam problemas sociais já que este tipo de resíduos são enviados para países em desenvolvimento sem descontaminação.
O director geral do WEEE Forum, Pascal Leroy, sublinha que o mundo tem pela frente um grande desafio tendo em conta que “o número de aparelhos eléctricos usado por pessoa está a aumentar”.
O director-geral do Electrão – Associação de Gestão de Resíduos, Pedro Nazareth, sublinha que “o papel do cidadão é central” para que se possa responder globalmente a esse mesmo desafio. Pedro Nazareth lembra que a vida dos equipamentos eléctricos pode ser prolongada, apostando-se na reparação e posterior doação. Se tal não for possível devem ser depositados num ponto oficial de recolha (ver onde reciclar.pt) de forma de forma a que possam ser encaminhados para reciclagem protegendo a saúde humana e o ambiente.