Apenas 25% dos líderes empresariais em Portugal consideram alterações climáticas como ameaça iminente ao negócio



Um estudo divulgado esta quarta-feira pela Marsh Portugal, intitulado ‘A Visão das Empresas Portuguesas sobre os riscos’, revela que apenas 25% dos líderes empresariais no país considera que os eventos climáticos extremos, como secas e tempestades, serão um dos riscos que as organizações terão de enfrentar em 2023.

No topo da lista das ameaçadas percecionadas estão os ataques cibernéticos (46%), a instabilidade política e social (45%), a inflação (39%), a retenção de talentos (35%) e falhas nas cadeias de fornecimento (33%).

Outras ameaças de foro ambiental, como a falha na mitigação e adaptação às alterações climáticas (14%), crises de recursos naturais (13%), catástrofes naturais (1%) e danos causados pelos humanos ao ambiente (1%) não são entendidas como riscos que as empresas terão de enfrentar este ano, sendo que a perda de biodiversidade não foi apontada por nenhum dos 132 líderes empresariais inquiridos, dos setores privado e público, como uma ameaça imediata ao negócio.

No entanto, as perceções sobre os riscos que as organizações enfrentarão em Portugal em 2023 contrastam com as perceções sobre o panorama mundial, sendo que, nesse âmbito, os líderes empresarias já colocam os eventos climáticos extremos como a terceira maior ameaça (42%) que o mundo terá de enfrentar este ano, depois da inflação (54%) e de falhas de cibersegurança (49%).

Ainda nesse âmbito, os líderes empresariais consideram que a perda de biodiversidade e o colapso de ecossistemas, contudo, não será um perigo iminente, uma vez que apenas 1% considera que é uma ameaça à qual o mundo terá de fazer face em 2023.

Conjuntura internacional altera perceções dos riscos climáticos

Em 2019, antes da pandemia de Covid-19, os eventos climáticos extremos eram considerados o terceiro maior risco (31%) que as empresas em Portugal teriam de enfrentar nesse ano, atrás dos ataques cibernéticos (58%) e da instabilidade política e social (53%).

Quatro anos volvidos, os eventos climáticos extremos deixaram de figurar na lista dos cinco principais riscos, sendo que essa ameaça passou para quarto lugar em 2020, para quinto lugar em 2021, e desde 2022 que não surge no Top 5.

A crise pandémica e as repercussões da guerra da Rússia contra a Ucrânia parecem ter reorientado as perceções das ameaças às empresas portuguesas, cujos líderes apontam que os ataques cibernéticos, a instabilidade política ou social e a inflação serão os grandes desafios para este ano.

ESG: Mais de metade das empresas sabe o que tem de fazer, mas só 20% tem ‘performance elevada’

O estudo da Marsh Portugal revela também que 55% dos líderes empresariais inquiridos diz que a sua organização “tem conhecimento total das suas obrigações” no que toca aos indicadores ESG (Proteção ambiental, Responsabilidade Social e Governança, em português), sendo que 30% assume que a empresa tem “algum conhecimento sobre as suas obrigações” e 8% reconhece mesmo que “não tem conhecimento/desconhece as suas obrigações”.

No entanto, apesar disso, somente 20% dos inquiridos diz que a sua empresa “tem histórico de reporte de métricas com qualidade” e que, por isso, tem uma “performance elevada” no que toca aos ESG.

Ainda, 42% das empresas “já reporta, mas existe espaço para melhorias”, sendo que, assim, apresentam uma “performance média”. E 18% já deu início ao processo de transformação dos seus modelos de negócio em linha com esses indicadores, mas revela ainda uma “performance baixa”.





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