Apoiantes do Climáximo transformam Campo de Golfe de Oeiras numa horta urbana



Pelas 12 horas de hoje, 6 apoiantes do Climáximo entraram no Campo de Golfe de Oeiras com enxadas e dezenas de legumes e árvores com o fim de inaugurar uma horta urbana agroflorestal para produção alimentar, para “travar o crime de se continuar a usar recursos energéticos e água para a manutenção de campos de golfe quando em plena crise climática e protestos de agricultores por falta de água”.

Os ativistas plantaram uma variedade de espécies hortícolas e árvores autóctones, mostrando como, “com as nossas próprias mãos”, as pessoas podem “construir um mundo em função dos interesses e necessidades reais, t​​​​​​​ravar consumos criminosos e desajustados por parte dos super-ricos, e dar novos propósitos a locais que atualmente são de acesso restrito para as elites que mais culpadas são pela crise climática”.

Em comunicado, o coletivo faz referência ao estudo publicado pela Agência Europeia do Ambiente que conclui que “os riscos referentes ao calor extremo, como exposição a incêndios florestais e à seca, já estão em «níveis críticos» em Portugal”, comprometendo a produção agrícola e o acesso a água potável por parte das populações. Relembram ainda que “o aumento dos preços dos alimentos devido aos impactos da crise climática através da seca faz-se sentir de forma clara e compromete o acesso das pessoas a bens alimentares essenciais”.

“Estamos no 10º mês seguido mais quente de sempre, enfrentamos seca de terrenos agrícolas e florestais e o esvaziamento de barragens, rios e charcos, deixando em aflição centenas de agricultores por todo o país, com protestos há menos de 1 semana no Algarve. As elites do capitalismo seguem as suas vidas normais e contribuem de forma desproporcional para o agravamento da seca que se faz sentir. As elites que usufruem deste tipo de lazer são as mesmas que apresentam níveis e padrões de consumo que comportam emissões de gases com efeito de estufa de intensidade abismal, comparadas com a grande maioria da população – os 10% mais ricos produzem metade das emissões de CO2, a nível global e também dentro dum país” explica Leonor Canadas, formada em Engenharia Agronómica.

A porta-voz acrescenta ainda que “numa situação de emergência como a que vivemos não pode haver dúvidas sobre que consumos priorizar: consumos de luxo e consumos sem utilidade social e com um grande impacto a nível de emissões, gasto de água doce e destruição de ecossistemas, têm de acabar imediatamente. O uso de terra e de recursos naturais escassos como a água devem ser planeados e geridos, em função das necessidades essenciais, como a produção de alimento”.

De acordo com Leonor, “A escolha de continuar estes consumos, tal como a utilização de combustíveis fósseis, é um ato de violência premeditada e coordenada dos governos, ultra-ricos e CEOs de empresas, pois sabem que estão a garantir a destruição da vida e condenar centenas de milhares de pessoas à morte, e fazem-no, mesmo assim, para manter os seus lucros”.

O Climáximo, que interrompeu a noite das eleições, afirma que tanto o governo atual como o próximo têm planos para garantir o colapso climático, estando assim nas mãos das pessoas o mandato para travar a crise climática. O coletivo chama todas as pessoas para não consentirem com a guerra atual contra as vidas e entrarem em resistência climática.





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