Aquecimento global fará aumentar em 66% tempestades tropicais no Atlântico Norte



Dificilmente se poderá negar que a subida da temperatura do planeta está a causar convulsões climáticas que são já bastante visíveis aos nossos olhos: secas severas mais duradouras, incêndios florestais mais intensos, chuvas torrenciais que causam cheias devastadoras e deslizamentos de terras, entre muitas outras catástrofes.

Agora, uma equipa de cientistas climáticos avisa que à medida que a Terra se torna mais quente, também o número e a intensidade de ciclones tropicais no Atlântico Norte deverá aumentar, “potencialmente criando furacões mais numerosos e fortes”.

Recorrendo a simulações feitas em computador, descobriram que, até 2100, a frequência dos ciclones tropicais poderá aumentar 66% durante a habitual época de tempestades nessa parte do oceano.

“Infelizmente, isso não são excelentes notícias para as pessoas que vivem nas regiões costeiras”, afirma Christina Patricola, da Iowa State University e primeira autora do artigo que dá conta da descoberta, divulgado na ‘Geophysical Research Letters’. Por isso, a cientistas diz que “tudo o que puder ser feito para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa pode ajudar a reduzir esse risco”.

Na sua página online, o Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA) explica que “a uma latitude de 10 graus ou superior “é possível a existência de movimentos de rotação” que podem dar origem a regiões de baixas pressões, chamadas depressões, “caracterizadas pela presença de nuvens de grande desenvolvimento vertical”. Esses fenómenos podem evoluir para ciclones tropicais caracterizados por trovoadas e chuva forte. No Atlântico Norte, essas tempestades são chamadas de furacões.

No que toca a Portugal, Nuno Lopes, responsável da área de vigilância meteorológica e previsão do IPMA, explicou à ‘Green Savers’, em outubro, que “em termos de ciclones tropicais, desde o ano de 2016, com a exceção de 2021, tivemos pelo menos um ciclone tropical a influenciar o estado do tempo nalguma zona do território português”.

Sendo que “um dos efeitos das alterações climáticas é o aumento da temperatura da superfície da água do mar”, o especialista assinala que “a tendência é que estes fenómenos se repitam mais vezes, pois existe uma ligação direta entre a temperatura da superfície da água do mar e a sua formação”.

Ainda assim, não parece haver razões para alarme, porque “devido aos ventos dominantes no Atlântico”, as tempestades tropicais no Atlântico Norte deverão seguir “trajetórias com rumo às Caraíbas e ao Golfo do México” e, assim, manter-se longe da costa portuguesa.





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