Aqui estão 12 maneiras de alimentar o mundo de forma sustentável

O aquecimento global e as más práticas agrícolas estão a destruir solos ricos em nutrientes e a aumentar as temperaturas ao ponto de muitas culturas não conseguirem sobreviver. É preciso ter em conta algumas catástrofes naturais, como incêndios e tornados, na escassez de água e para perceber que temos alguns obstáculos óbvios para alimentar a população mundial.

Com poucas probabilidades de que isto venha a mudar em breve, temos de criar um plano para o futuro. Nesse sentido, o Instituto de Iniciativa de Investimento Futuro elaborou um relatório que abrange algumas opções para um futuro alimentar sustentável, avança o “Inhabitat”.

O ponto de partida

Não nos encontramos numa boa situação. Quando olhamos para a população mundial como um todo, veremos “pelo menos um em cada dez da população mundial de oito mil milhões a enfrentar diariamente a fome e três mil milhões estão subnutridos”. Quase metade de todas as mortes de crianças com menos de cinco anos provém desta causa”.

Se não fizermos mudanças para melhorar o solo, abrandar a erosão, eliminar químicos tóxicos que poluem a água e o solo, controlar os microplásticos e encontrar formas de fazer crescer as plantas em condições de deserto, a situação tornar-se-á ainda pior. Então, o que podemos fazer? O que devemos fazer?

1. Reduzir o consumo de carne

Sabemos que criar gado é mau para o planeta. Não é sustentável, sendo a indústria um produtor primário de gases com efeito de estufa e utilizando enormes quantidades de água, terra e alimentos no processo.

2. Agricultura regenerativa

Existem inúmeros aspetos da agricultura regenerativa, tais como o plantio direto, os padrões de pastagem rotativa e a diversidade de culturas. Juntos, os esforços são iguais aos de um solo mais saudável, rico em nutrientes e resiliente.

3. Regresso às plantas nativas

Não só as plantas nativas são naturalmente adaptadas a paisagens específicas, como requerem menos recursos do que as plantas não nativas. De facto, espécies nativas bem estabelecidas prosperam no ambiente com muito pouca intervenção, incluindo rega adicional, fertilizantes e inseticidas.

4. Ir orgânico

As substâncias químicas aplicadas às plantas que as ajudam a crescer mais rapidamente, maiores ou mais saudáveis afetam mais do que as plantas a que são aplicadas. Estes químicos viajam então pelo ar e absorvem na água, poluindo tudo no seu caminho, incluindo as fazendas de alimentos orgânicos próximas e o destino final do oceano onde os animais marinhos sofrem. Em vez de confiar nestas toxinas, precisamos de voltar à agricultura biológica, criando ambientes de forte crescimento que são naturalmente resistentes aos insetos, à podridão e à seca.

5. Comer insetos

Sim, é verdade. Muitos lugares em todo o mundo já consomem insetos. Além disso, não há razão para que não possam ser utilizados como fonte alimentar estável.

6. Desenvolver a equidade alimentar

Os países remotos e pobres sofrem de desvantagens distintas quando se trata de adquirir alimentos saudáveis. Por exemplo, as mercadorias enviadas sem refrigeração estragam-se normalmente antes de chegarem.

7. Minimizar o desperdício alimentar

No lado oposto do espectro, cerca de 40% dos alimentos nos países desenvolvidos são deitados fora, ou ao longo da rota de entrega, no mercado, ou depois de serem trazidos para casa. É uma questão tão grande, que fez a lista dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável com o objetivo de reduzir os resíduos alimentares globais para metade até 2030. Isto requer então um investimento em transporte refrigerado e embalagens mais eficazes.

8. Apoiar os agricultores

Entretanto, a agricultura regenerativa é a melhor forma de rejuvenescer os solos dizimados pelas rápidas fixações de culturas das gerações anteriores. Durante décadas, a prática padrão tem sido confiar em fertilizantes químicos e pesticidas para aumentar a produção de trigo e outras culturas. Para alterar e reparar os danos causados a esse solo crítico, precisamos também de apoiar os agricultores que o fazem acontecer. Sem apoio, eles continuarão a seguir por atalhos em direção a conquistas na época atual, sem atenção à destruição contínua a longo prazo.

9. Encontrar financiamento

Todos os dias, organizações desesperadas sem fins lucrativos, governos e cidadãos estão a apontar o dedo uns aos outros para respostas. A verdade é que o financiamento alimentar é um direito essencial e básico para todo o ser humano. Os países ricos precisam de ajudar os países pobres. Os cidadãos ricos precisam de ajudar os cidadãos pobres. Os governos precisam de providenciar para aqueles que sofrem de insegurança alimentar. As respostas não são fáceis, mas a necessidade é óbvia.

10. Abraçar a diversidade

A fim de alimentar continuamente as pessoas do mundo, devemos abraçar uma grande variedade de alimentos. Se todos cultivarem milho, trigo e batatas, perderemos nutrientes valiosos e oportunidades nos milhares de outras frutas, vegetais e grãos que poderíamos estar a consumir.

11. Investir em fontes de água

Também precisamos de água para animais e colheitas. Mesmo com práticas agrícolas ultra-eficazes, algumas áreas são simplesmente demasiado secas. Mas há maneiras de trazer a água de volta através da dessalinização e outras tecnologias. No entanto, serão necessários investimentos para que isso aconteça.

12. Reconhecer as ligações

As quatro principais razões para a fome são guerras, condições meteorológicas extremas, desperdício de alimentos e pobreza. Com isto em mente, é essencial fazer da insegurança alimentar uma prioridade – uma missão que não pode ser descarrilada mesmo em guerra. Precisamos de um pacto global para criar sistemas e depois assegurar a sua continuidade. Não há escassez de alimentos no mundo, só não estamos a conseguir geri-la adequadamente. Não há razão para que alguém passe fome quando o planeta fornece nutrição adequada e suficiente. Precisamos de reequilibrar a equação, tornando os alimentos acessíveis a todos, e não apenas aos mais ricos entre nós.