Arada/Montemuro: novos aerogeradores impactam populações de lobo-ibérico



A instalação de novos aerogeradores no Parque Eólico da Arada/Montemuro, que está inserido numa área de Rede Natura 2000, vai impactar as populações de lobos-ibéricos e causará “perturbações irreversíveis ao nível da flora e fauna selvagens, a destruição do coberto vegetal e a morte de espécies da avifauna”, por colisão com a infra-estrutura.

Segundo a ONGA, os novos seis aerogeradores vão juntar-se aos 56 já existentes nos três subparques que constituem este parque eólico. “Em causa estão duas áreas sensíveis que apresentam estatuto de protecção europeu, através da classificação atribuída no âmbito da Rede Natura 2000, designadas por Sítio Serra de Montemuro e Sítio das Serras da Freita e Arada”, explica a Quercus.

A instalação dos novos equipamentos, para além de implicar, na fase de construção, a destruição de coberto vegetal e perturbações irreversíveis ao nível da flora e fauna selvagens, acarreta igualmente, durante a fase de exploração, um elevado risco de morte de espécies da avifauna por colisão com os aerogeradores, impactes que são inadmissíveis tratando-se de áreas inseridas na Rede Natura 2000.

Na verdade, é o próprio Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) que explica, em parecer, que “as soluções propostas geram impactes não negligenciáveis (…), designadamente, sobre o lobo-ibérico”, uma subpopulação que se encontra em grave risco de extinção, pelo que este facto deveria ser um motivo suficiente para que o projecto não fosse sequer ponderado.

O projecto Sobreequipamento do Parque Eólico da Arada/Montemuro pretende reforçar a capacidade de produção média anual de energia eléctrica em 38,4 GWh no loca e já foi licenciado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Foto: Ricardo Fernández / Creative Commons





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