Árctico invadido por lixo. Responsáveis estão a milhares de quilómetros de distância



O mar da Gronelândia e norte da Escandinávia estão a ser invadidos por quantidades impressionantes de lixo, em especial plástico, alerta hoje uma investigação da American Association for the Advancement of Science. Há, no entanto, um dado curioso: os responsáveis pela produção deste tipo de lixo não vivem nas proximidades destes locais, encontrando-se a milhares e milhares de quilómetros de distância.

Depois de recolhidas amostras no local, a equipa de investigação estima que a quantidade de lixo plástico a boiar à superfície do mar da Gronelândia e norte da Escandinávia supera as centenas de toneladas. No fundo do mar, dizem, a situação será ainda mais grave.

Uma pergunta fica então no ar: quem são então os responsáveis pela quantidade absurda de resíduos plásticos ali encontrados? Contando com a ajuda de 17 mil bóias equipadas com sensores que transmitem dados via satélite, a equipa de investigação acompanhou o percurso que o plástico leva desde o Atlântico Norte até chegar ao Oceano Árctico.

Analisados os dados, os cientistas chegaram à conclusão que o plástico está a seguir uma trajectória para norte, ao ser puxado pela “circulação termossalina”. Também conhecido como o “tapete rolante oceânico”, este fenómeno provoca a circulação de grandes massas de água temperada para norte – e tudo o que nela está contido.

Ora, a acumulação de detritos em mares fechados, caso do Mediterrâneo, é já um facto conhecido, mas as tão grandes quantidades de lixo encontradas nas latitudes polares estão a deixar os cientistas bastante preocupados.

Segundo a equipa de investigação, as amostras recolhidas do mar da Gronelândia e norte da Escandinávia vêm confirmar que estes resíduos percorreram enormes distâncias, vindos de sítios tão longínquos como as costas noroeste da Europa, do Reino Unido e da costa leste dos EUA.

Com características tão especiais, os ecossistemas do Árctico estão sob elevada ameaça, com os autores do estudo a mostrarem-se “especialmente preocupados” com este flagelo ambiental.

Foto: via Creative Commons 





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