Arte e Reciclagem: uma gritante inquietação



Por: Brigitte Felber, Business Executive Officer da Nespresso em Portugal

Alguém disse que a sustentabilidade pode ser considerada uma forma de arte. A arte define-se como a capacidade ou a habilidade para a aplicação de conhecimento ou para a execução de uma ideia. Já a sustentabilidade procura a manutenção ou conservação do estado das coisas. No sentido mais genericamente empregue, a sustentabilidade promove a preservação do ambiente. Essa missão requer engenho, conhecimento e aplicação prática de ideias. Por isso sim, podemos afirmar que a sustentabilidade é uma forma de arte. E podemos dizer também que a arte pode ser sustentável.

A escolha dos materiais, a seleção e a reutilização de objetos, a reinvenção de novas formas de expressão move os artistas no seu caminho. O mundo está repleto de bons exemplos, Vik Muniz constrói novas interpretações de obras-primas mundiais através do desperdício. É gritante a inquietação que sentimos ao ver aquelas peças e é maravilhoso sabermos que de materiais usados nascem obras de arte. No Maat, em Lisboa, foi criado um Coletivo Climático que reúne profissionais que alertam para a urgência climática e procuram ligar as artes experimentais com a ecologia política. Também Vanessa Teodoro, artista plástica, encontrou novas formas de expressão através do desafio proposto pela Nespresso para decorar as suas boutiques com instalações a partir de materiais reutilizados, entre os quais pincéis antigos da artista e cápsulas de café usadas. E estes são apenas alguns exemplos do que encontramos por aqui, e à nossa escala.

O processo da reciclagem não é desenvolvido com base em conceitos estéticos, mas assenta na necessidade – de ontem – da reutilização, do reaproveitamento e da segunda vida. Mas tal como a arte, a reciclagem tem uma missão, e é fantástico quando as duas se cruzam.

Vivemos num mundo cada vez mais desperto para esta realidade e para a necessidade de se repensar a forma como vivemos e como consumimos. A finitude, a noção de que não existe um planeta B estão e devem estar presentes na forma como agimos, como nos expressamos e como nos relacionamos.

A arte tem tido, ao longo da História, um importante papel -. Tem despertado cultural e socialmente as consciências e mentalidades para os mais importantes temas da época, do tempo. É, por isso, natural que cada vez mais a arte se alie à sustentabilidade.

E as empresas não podem ficar de fora desta necessidade de despertar mentalidades, devem reforçar o seu compromisso para com a sustentabilidade em três frentes: na sua atividade económica, no relacionamento com a sociedade e no comportamento ambiental. E o desafio que me imponho, enquanto líder desta marca, é continuar a respeitar esse compromisso em todo o percurso, desde a plantação de café, ao momento em que o temos, escaldante, dentro de uma chávena. Um percurso que só termina quando todos damos uma segunda vida à cápsula.

O ambiente há muito que deixou de ser um tema apenas do presente. É um tema do passado, no sentido em que, infelizmente, tudo o que façamos é pouco para corrigir erros antigos. E é, em especial, um tema do futuro – tudo o que fizermos a partir de agora vai fazer a diferença. Por isso, utilizamos a expressão ‘Fazer faz a Diferença’ como guia do nosso caminho.

Gostaria, também, que o leitor deste texto se guiasse por este mote, tal como eu. #fazerfazadiferença

 

 





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