A árvore brasileira com propriedades cicatrizantes
Os laboratórios do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista, no campus de Araraquara, estão a estudar as propriedades cicatrizantes do extrato de guaçatonga (casearia sylvestris), conhecido como o “bálsamo dos bombeiros”.
Segundo o Planeta Sustentável, a guaçatonga é uma árvore de médio porte que é conhecida pelas suas propriedades cicatrizantes. É relativamente comum em todo o Brasil, do Rio Grande do Sul à Amazónia, e fácil de reconhecer pelas suas folhas estreitas e finas, alinhadas duas a duas, e pelas flores pequenas e esverdeadas simetricamente distribuídas ao longo dos ramos.
A espécie já é pesquisada há alguns anos pelo químico André Gonzaga dos Santos, que lidera a investigação. Ele e a sua equipa desenvolveram, inclusive, um gel cicatrizante que pode ser usado como cosmético.
O extracto obtido a partir das folhas é uma espécie de coringa, com diversos compostos e substâncias de interesse farmacêutico e cosmético. Tanto que já lhe renderam três patentes, depositadas por diferentes grupos de pesquisadores.
O poder cicatrizante funciona especialmente no tratamento de úlceras. Mas, na protecção da pele, a guaçatonga também é boa aposta.
“Como cosmético, ela pode ser usado no tratamento de espinhas, como pós-barba, em gel, creme ou pomada. Tudo depende do desenvolvimento das pesquisas”, explica André Gonzaga.
“O mais problemático, por enquanto, é o isolamento das substâncias responsáveis pela actividade desejada, para o desenvolvimento de medicamentos. Mas não tenho preconceito contra o uso do extracto: as plantas são fontes de substâncias interessantes. Se for possível desenvolver um chá que funcione, melhor. O custo é mais baixo e o acesso, mais fácil. No entanto tem que ser uma planta segura e é preciso garantir a padronização para assegurar o efeito”, continuou.
Gonzaga cita ainda a possibilidade de usar algumas das substâncias da guaçatonga em um curativo feito à base de látex de seringueira. Seria um modo de proteger o corte e acelerar a cicatrização.