As boas e más profissões dos próximos dez anos

Assistentes de cuidados domiciliários, assistentes administrativas e trabalhadores das cadeias de fast-food são alguns dos postos de trabalho que mais vão crescer ao longo dos próximos dez anos nos Estados Unidos.

A projecção foi feita pelo Bureau of Labor Statistics (BLS), que analisou as ocupações mais procuradas pelo mercado norte-americano na próxima década. O aumento destas profissões, que requerem menos qualificações, enquadram-se numa ampla mudança do mercado laboral norte-americano. Actualmente, o mercado de trabalho dos Estados Unidos cresce em duas bifurcações: o aumento dos trabalhos de baixa qualificação e baixos salários e o aumento dos trabalhos de elevada qualificação e elevados salários. E o mercado deverá continuar a evoluir assim nos anos vindouros.

Os típicos empregos associados à classe média, que durante as décadas de 1950, 1960 e 1970 impulsionaram o país deverão ser cada vez mais escassos, refere o Atlantic Cities. De acordo com as estatísticas do BLS, os empregos do sector primário e secundário, onde se incluem os sectores da construção, transportes e produção industrial, diminuíram cerca de 30% desde 1950 e a tendência é para que continuem a diminuir.

Já os empregos ligados ao sector terciário, bem pagos e que requerem elevadas qualificações – sectores da tecnologia, negócios, gestão e media – aumentaram cerca de 15%. Paralelamente, os empregos ligados ao sector secundário, onde se incluem os serviços, comércio e vendas, assistência pessoal e os postos nas cadeias de fast-food, aumentaram 30% desde 1950.

A tendência deverá continuar assim nos próximos dez anos. Entre 2012 e 2022, a economia norte-americana deverá gerar mais 15,6 milhões de postos de trabalho, com o total da força laboral a crescer 10,8% de 145 milhões para 161 milhões de empregos. Destas centenas de milhão, 5,6 milhões deverão corresponder a funções bem pagas e altamente qualificadas e este sector do mercado deverá crescer 12,5%. Os empregos com baixos salários deverão crescer em 7,4 milhões e o sector primário, principalmente construção e transportes, deve aumentar em 2,7 milhões de postos de trabalho.

Este é o cenário para o mercado laboral nos Estados Unidos ao longo da próxima década. Será que a Europa – e Portugal – vai seguir a tendência?

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