As copas das árvores podem conter mais carbono do que a terra que pisamos



Combater as alterações climáticas e mais especificamente as emissões de carbono exige uma mudança de atitudes, mas também a adoção de novas medidas. A plantação de árvores é uma das práticas mais comuns atualmente, no entanto, existe outra solução que parece fazer um efeito mais positivo: manter e conservar as florestas.

Uma investigação da União Geofísica Americana (AGU) teve como objetivo quantificar o carbono presente no dossel (estrato superior das árvores onde se acumulam camadas de ramos e folhas) das árvores da Costa Rica. Os cientistas descobriram que a terra presente nas copas das árvores, a 30 metros de altura, guardava três vezes mais dióxido de carbono (CO2) que a terra por debaixo dos seus pés.

“Nós sabíamos que estes seriam solos realmente ricos em matéria orgânica, mas não esperávamos uma quantidade extremamente grande de carbono”, afirma a investigadora Hannah Connuck.

A equipa procurou também medir a quantidade de CO2 que os organismo microbianos presentes no dossel libertavam. Os resultados indicam que embora estes estivessem a libertar uma maior quantidade de CO2, em comparação aos solos subterrâneos, a rapidez com que armazenavam era o suficiente para compensar. Isto sugere que as florestas mais antigas podem ser uma boa ferramenta de sequestro de carbono, pela sua complexidade e riqueza de ecossistemas.

“É um bom argumento para manter as florestas primárias e outras florestas antigas, em vez de cortar e replantar florestas secundárias”, refere a especialista.





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