As memórias e conselhos de Paulo Coelho, campeão paralímpico de atletismo (com FOTOS)



Com 42 anos de idade, Paulo Coelho é cego de nascença e campeão paraolímpico 1500 e dos 5000 metros de atletismo. A deficiência visual não o impediu de se dedicar ao atletismo desde os 17 anos e de ganhar mais de 30 medalhas, 14 das quais de ouro, em provas internacionais.

Paulo deixou a alta competição há cerca de sete anos, mas em entrevista ao O Meu Bem Estar, ele falou das suas conquistas, dos cuidados a ter antes e depois das corridas e das dificuldades que as pessoas com as suas características para encontrar apoios.

E deixou um conselho a quem é invisual e quer começar a correr: “Acreditem, sejam fortes, muito fortes, superem o impossível porque vale a pena acreditar que com esforço se alcança metas outrora impensáveis”.

Paulo começou a correr em 1988, a convite de uma amiga que o informou que a Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) tinha uma equipa especializada a treinar pessoas cegas e amblíopes duas vezes por semana no Estado Universitário de Lisboa (EUL). “Como sempre gostei de praticar desporto, esta oportunidade surgiu no momento ideal. Tinha 17 anos e foi a minha mãe que me levou as primeiras vezes ao treino ao EUL”, explicou.

Hoje, Paulo corre uma vez por semana. “Quando estava no activo treinava sete vezes por semana e por vezes realizava treinos bidiários, cerca de 1h50 minutos de treino. [Agora], a idade foi um dos factores que me obrigou a abandonar a prática desportiva ao mais alto nível, [ainda que não tivesse sido] a única razão nem tão pouco a mais importante”, recordou.

Ao Meu Bem Estar, Paulo Coelho deixou alguns conselhos a ter antes e depois da corrida. “Um dos cuidados a ter sempre é com a alimentação, evitando gorduras, excesso de doces. Por outro lado, antes das competições importantes, devemos basear a nossa alimentação em hidratos de carbono. Por exemplo, o arroz e as massas são bons alimentos. Por último, e não menos importante, é o descanso”, frisa.

Paulo precisa de um guia para correr – como todos os invisuais – e acredita que os clubes “estão a investir pouco no geral e, muito menos, nestes grupos de deficiência que, para treinarem, têm de ter uma oportunidade e agarrá-la sem preconceitos, de alma e coração”, explica.

Para quem, como ele, é invisual, Paulo deixa outros conselhos. “Procurem instituições que apostem na integração de praticantes portadores de deficiência e, a partir desse momento, acreditem, sejam fortes, muito fortes, superem o impossível porque vale a pena acreditar que com esforço se alcança metas outrora impensáveis”, concluiu.

Leia a entrevista d’O Meu Bem Estar, agregador de running e lifestyle, na íntegra.





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