As primeiras oliveiras foram domesticadas há 7 mil anos



Foi no Vale do Jordão, há precisamente 7 mil anos, que foram domesticadas as primeiras oliveiras. A descoberta foi feita por uma equipa da Universidade de Tel-Aviv durante uma escavação arqueológica em Tel Zaf, Israel, que encontrou restos de árvores em carvão.

Embora as oliveiras possam crescer no país, não crescem na região onde foram encontradas, o que comprova que foram levadas para o local pelo Homem e cultivadas intencionalmente.

“Na arqueobotânica, isto é considerado uma prova indiscutível de domesticação, o que significa que temos aqui as primeiras evidências da domesticação da oliveira no mundo. Também identifiquei muitos restos de ramos de figueiras jovens. A figueira crescia naturalmente no Vale do Jordão, mas os seus ramos tinham pouco valor como lenha ou matéria-prima para ferramentas ou móveis, então as pessoas não tinham razão para reunir grandes quantidades e trazê-las para a aldeia”, explica Dafna Langgut, investigadora que coordenou o estudo.

Os resultados trazem as primeiras evidências da domesticação de árvores frutíferas do mundo, neste caso de oliveiras e de figueiras, pelos habitantes de Tel Zaf. Segundo os autores era uma vila pré-histórica muito rica situada no meio do Vale do Jordão, e que foi habitada entre há entre 6.700 a 7.200 anos.

“As árvores dão frutos apenas 3-4 anos após serem plantadas. As árvores exigem um investimento inicial substancial e depois vivem por muito tempo, têm uma grande importância económica e social em termos de propriedade e de transmissão às gerações futuras – procedimentos que sugerem o início de uma sociedade complexa. Além disso, os moradores de Tel Zaf comercializavam produtos derivados das árvores frutíferas, como azeitonas, azeite de oliveira e figos secos, que têm uma longa vida útil. Tais produtos podem ter possibilitado o comércio de longa distância que levou ao acúmulo de riqueza material, e possivelmente até tributação – passos iniciais para transformar os habitantes locais numa sociedade com uma hierarquia socioeconómica apoiada por um sistema administrativo”, esclarece ainda Dafna Langgut.





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