Assembleia Municipal de Lisboa aprova Recomendação para Reciclagem de Têxteis



A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou hoje por maioria uma Recomendação do PAN para a Reciclagem dos Têxteis na capital, revelou o Grupo Municipal do PAN em comunicado.

Segundo a mesma fonte, “estando já hoje claro que deve haver redução da produção, incentivo a têxteis duráveis, reutilizáveis e /ou reparáveis e tendo conhecimento de projetos piloto que até aconteceram em três juntas de freguesia da cidade”, o GMPAN recomenda que a CML:

– Realize campanhas de sensibilização, apelando para um uso consciente dos têxteis e em especial das roupas e

– Crie uma rede de recolha de têxteis em fim de uso, que abranja toda a área do Município, para reutilização das roupas aí depositadas que não assumam a natureza de resíduos, ou no caso dos tecidos que não sejam suscetíveis de reutilização, para posterior encaminhamento para reciclagem em upcycling, ou seja, reciclagem de fibra para fibra que possa ser usada para fazer novos têxteis, através de uma triagem prévia à semelhança do que sucede com o papel, plástico ou vidro.

A fast fashion produzida a baixos custos “tem hoje um impacto gigante que não podemos ignorar. Modelos inspirados na alta-costura, mas a preços acessíveis para a maioria dos consumidores, escondem um elevadíssimo consumo de água, a utilização de químicos tóxicos e os crescentes níveis de poluição associados ao desperdício têxtil”, sublinha o comunicado.

A cada segundo, acrescenta, “o equivalente a um camião de lixo cheio de roupas é queimado ou enterrado em aterros sanitários”. A indústria da moda “é uma das que mais contribui para as enormes quantidades de microfibras de plástico que entram nos nossos oceanos”.

Segundo as metas da União Europeia “temos apenas dois anos para passar a fazer uma gestão mais sustentável dos materiais, a fim de preservar e melhorar a qualidade do ambiente, proteger a saúde humana, assegurar uma utilização prudente, eficiente e racional dos recursos naturais”.

O Regime Geral de Gestão de Resíduos “impõe que as entidades responsáveis por esta gestão adotem as medidas necessárias para garantir o cumprimento das metas e , no entanto, continuamos a deitar ao lixo 230 mil toneladas de roupa usada em Portugal, segundo dados da Agência Portuguesa do Ambiente”, lamenta a mesma fonte.

Ou seja, “mais de quatro mil toneladas em cada uma das 52 semanas do ano, em que não é possível fazer a triagem e a reciclagem no pós-consumo, sendo a maioria dos resíduos incinerados”, conclui.

 





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