Assinado protocolo para caracterização das águas residuais hospitalares de LIsboa
A Águas do Tejo Atlântico em parceria com várias entidades assinou hoje um protocolo que visa a caracterização das águas residuais provenientes de unidades hospitalares, de forma a prevenir a resposta a eventuais surtos de doenças, segundo fonte oficial.
Em declarações à agência Lusa, Ana Cisa, administradora da Águas do Tejo Atlântico, adiantou que o protocolo está integrado no projeto AGIR (lançado no ano passado), que conta com apoio técnico e financeiro do Fundo Ambiental para a erradicação das afluências indevidas de águas residuais industriais, no valor de 4,4 milhões de euros.
De acordo com Ana Cisa, o protocolo tem por objeto a cooperação, permuta de informação, partilha de conhecimento e a realização de componentes técnico-científicas específicas, tendo em vista a caracterização das águas residuais hospitalares afluentes às ETAR/Fábricas de Água no município de Lisboa.
“Esta ação está integrada no plano AGIR que produz os seus efeitos até ao segundo semestre de 2026 e esta ação está situada cronologicamente entre 2022 e 2024, contando com apoio de 200 mil euros do Fundo Ambiental para caracterizar as águas residuais e hospitalares de Lisboa”, adiantou.
A administradora da Águas do Tejo Atlântico contou que o projeto envolve 14 unidades hospitalares de Lisboa cujas águas chegam às ETAR de Beirolas, Alcântara e Chelas.
Além das unidades hospitalares e da Águas do Tejo Atlântico, o projeto envolve a Câmara Municipal de Lisboa, Empresa Portuguesa de Águas Livres (EPAL), Instituto Superior Técnico, Direção-Geral de Saúde, Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e a Administração Regional de Saúde Lisboa e Vale do Tejo.
“Cada um de nós tem as suas valências em termos laboratoriais para caracterizar estas águas residuais hospitalares que chegam às nossas ETAR para estabelecermos sistema de vigilância epidemiológica”, disse.
Ana Cisa explicou que, durante o processo, vão ser recolhidas amostras junto das unidades hospitalares, que depois vão ser caracterizadas em termos dos parâmetros microbiológicos, de toxicidade e fármacos nos pontos de recolha e saída das fábricas de água.
“Vamos caracterizar precisamente esses efluentes e a partir daí estabelecer uma caracterização científica para podermos estabelecer sistemas de vigilância epidemiológica mais acertados”, destacou.
Ana Cisa adiantou ainda que os resultados do estudo serão apresentados em 2024.
O Plano de Ação para a Gestão das Águas Industriais Residuais da Grande Lisboa e Oeste, que foi oficializado no ano passado, decorre de uma parceria entre 23 municípios e a Águas do Tejo Atlântico.
Os 23 municípios que integram o sistema multimunicipal de saneamento da Grande Lisboa e Oeste têm um apoio de 4,4 milhões de euros para erradicar as afluências indevidas de águas residuais industriais.
O plano visa, segundo a Águas do Tejo Atlântico, “melhorar a capacidade de resposta operacional das Fábricas de Água, com vista à redução de riscos ambientais provocados pela presença indevida de agentes poluentes no processo de tratamento, pelo que irá ainda promover a formação de técnicos dos municípios e das indústrias no domínio da gestão dos efluentes industriais”.
A empresa Águas do Tejo e do Atlântico é responsável pela recolha, tratamento e a rejeição de efluentes domésticos e urbanos provenientes dos municípios de Alcobaça, Alenquer, Amadora, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Cascais, Lisboa, Loures, Lourinhã, Mafra, Nazaré, Óbidos, Odivelas, Oeiras, Peniche, Rio Maior, Sintra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira.