Associação ANP/WWF quer transparência na exploração de lítio
A associação ambientalista ANP/WWF recomendou hoje ao Governo que comprove se é viável explorar lítio em Portugal, considerando que o processo tem sido marcado por falta de transparência.
“Entre aquilo que o Estado português promete e o que está a fazer há ainda uma grande distância”, refere a associação num documento divulgado hoje apontando que apesar de a promessa de nenhum projeto avançar sem estudo de impacto ambiental, “há projetos que já possuem contratos de concessão de direito de extração assinados”, fazendo da avaliação de impacto “apenas pro-forma”.
Considera que o Governo tem que apresentar um estudo sobre “a viabilidade económico-estratégica da exploração de lítio em Portugal” e que antes de haver contratos de concessão “para qualquer projeto de mineração do Lítio” tem que haver avaliação de impacto ambiental.
Antes de pensar em criar uma “fileira de lítio” em Portugal, fazendo de Portugal um país onde de extração e processação do minério destinado ao fabrico de baterias, a ANP/WWF exige que seja feita uma nova avaliação ambiental estratégica com todos os locais para os quais já há contratos de concessão e ainda os que estejam em perspetiva.
Minas do Barroso (Boticas), Argemela (Covilhã e Fundão) e Romano (Montalegre) são os três exemplos de projetos que “começaram mal”, aponta a WWF, defendendo que é preciso garantir que a prospeção e exploração ficam fora de áreas de conservação e seus arredores.
Defende ainda “transparência total” de tudo o que tenha a ver com uma fileira de lítio em Portugal e “acesso público facilitado” a documentos e participação da sociedade civil “nas fases críticas”.