Astronautas em Marte têm de ter consciência ecológica
Além de exigir conhecimentos de astrofísica aos seus astronautas, culinária e agricultura serão requisitos para os astronautas que viajarão nas primeiras missões tripuladas a Marte. Uma vez que se trata de uma viagem mais prolongada do que a conhecida jornada lunar, os viajantes do espaço terão de saber cultivar os seus próprios alimentos e, posteriormente, cozinhá-los, preparando as suas próprias refeições.
De acordo com a NASA, actualmente, cada astronauta que viaja até à Estação Espacial Internacional carrega 1,7 quilos de comida por dia. Para uma eventual aventura de ida e volta ao planeta vermelho, que poderia durar cinco anos, este número significaria levar 3,7 toneladas de alimentos, o que só complicaria o projecto em termos logísticos. “O maior desafio é mesmo o equilíbrio de peso, volume, utilização de recursos e aceitação da comida”, explicou a cientista Maya R. Cooper, citada pela agência EFE.
A NASA está a investigar actualmente a utilização de sistemas “bio-regenerativos”, onde os astronautas pudessem cultivar plantas “multifunções”, que, além de servirem de alimento, libertassem oxigénio e purificassem o ar, eliminando o dióxido de carbono gerado pela tripulação. Até ao momento, foram testados com sucesso os cultivos de alface, espinafres, cebolas, pimentos, morangos, ervas aromáticas, repolho e rabanetes.
Outra alternativa que está a ser estudada é o envio de várias naves espaciais não tripuladas, um ou dois anos antes do início das primeiras missões, que devem partir na década de 2030. Estes contentores seriam cheios de alimentos e funcionariam como armazéns de comida, que seria depois racionada e cozinhada pelos astronautas quando chegassem a Marte. A ideia da NASA é encontrar uma forma que permita aos astronautas terem todos os recursos que sejam necessários numa longa viagem e que sejam, simultaneamente, práticos e ecológicos, no sentido de reduzir o peso da carga e os custos dos projectos.