Aumento das temperaturas do mar pode derreter calotes polares mais rápido do que pensava
A água mais quente – devido ao aquecimento dos oceanos – que circula debaixo das calotes polares da Antárctida pode provocar o degelo destes aglomerados mais rápido do que se pensava anteriormente, provocando um aumento “alarmante” do nível da água do mar.
A conclusão é de um novo estudo da Universidade de East Anglia, que indica que a perda das camadas de gelo da Antárctida, que se estendem a partir da massa de terra polar do sul sobre a plataforma continental submarina, é o resultado provável dos glaciares estarem a derreter para o mar mais rapidamente. Consequentemente, é arrastado mais gelo para o mar, provocando o aumento do nível das águas.
O derretimento total da camada de gelo do oeste da Antárctida, que está mais perto das regiões do globo que estão a ficar mais quentes, pode provocar um aumento do nível do mar até 4,8 metros – o suficiente para ter um impacto severo nas populações costeiras.
“Embora muitas das grandes plataformas de gelo que reforçam a camada de gelo da Antárctida ainda não estejam a derreter, a água mais quente fica cada vez mais próximo delas e, no futuro, podem começar a derreter, o que é preocupante em termos de aumento do nível global do mar”, indica Karen Heywood, do Centro de Ciências Atmosféricas e Oceanográficas da Universidade de East Anglia, ao Guardian.
Durante o estudo, os cientistas analisaram dados dos registos de temperaturas dos oceanos que datam desde 1960 e concluíram que as temperaturas nos Mares de Amundsen e Bellingshausen aumentaram rapidamente nas últimas décadas. Por exemplo, as temperaturas das águas mais quentes perto do leito do mar, em Bellingshausen, aumentaram de 0,8 graus Celsius nos anos 1970 para 1,2 graus Celsius em 2010.
A água em torno da Antárctida está também a ficar menos salgada, o que significa que há mais gelo a derreter. O degelo acelerado permite ainda que grandes glaciares deslizem para o mar. Adicionalmente, as temperaturas mais elevadas da água em torno da Antárctida podem afectar a biodiversidade marinha.
Foto: H Sinica / Creative Commons