Autarca de Aljezur estima que prejuízos de fogo de Odemira podem ir até 2,5 ME
O presidente da Câmara de Aljezur, José Gonçalves, estimou ontem “entre dois e 2,5 milhões de euros” os prejuízos causados pelo incêndio que em agosto atingiu este concelho do Algarve, depois de ter começado em Odemira (Alentejo).
A estimativa foi avançada na sequência de uma reunião que teve na terça-feira ao fim do dia em Odemira, no distrito de Beja, com autarcas deste concelho e de Monchique (Faro) e da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.
O incêndio no concelho de Odemira teve início em 05 de agosto e foi dado como dominado dia 09, seis dias depois de ter deflagrado, tendo entrado nos municípios algarvios de Monchique e Aljezur.
José Gonçalves sublinhou a atenção que a região tem tido por parte do executivo central com ida “ao terreno” de vários governantes e mostrou-se confiante com a aprovação de apoios nas próximas semanas, depois de ser feita uma avaliação “mais fina” dos prejuízos, nomeadamente na área florestal.
“A prioridade dos apoios deve centrar-se nas pessoas, nas casas de primeira habitação”, realçou o autarca, que tem 15 dias para enviar “o detalhe” dos prejuízos e deverá reunir-se novamente com a ministra e os restantes concelhos atingidos dentro de um mês.
José Gonçalves disse ainda estar preocupado com a falta de vegetação nas encostas que rodeiam a vila da Odeceixe e o possível arrastamento de materiais em caso de chuvas, visto que o fogo atingiu toda a envolvente da povoação e afetou a ribeira de Seixe.
O presidente da Câmara de Monchique, em declarações à Lusa, também manifestou o desejo que o Governo aprove apoios à região da ribeira de Seixe, uma zona atingida pelo fogo que abarca os três concelhos atingidos e que, segundo o autarca, “tem uma riqueza ambiental muito importante”.
Paulo Alves estimou em cerca de 400 mil euros os prejuízos no seu concelho, reconhecendo não ter tido o impacto registado nos municípios vizinhos.
“Em termos proporcionais com os outros dois concelhos, em Monchique também houve prejuízos, mas não têm a mesma relevância”, disse.
Em Monchique não houve danos em primeiras habitações, mas o autarca referiu alguns prejuízos na sinalética e a necessidade de se avaliar de uma forma mais precisa o impacto na zona florestal do concelho.
Na terça-feira, a ministra da Coesão Territorial revelou que, “daqui a 15 dias”, estará feito o levantamento final dos prejuízos causados pelo incêndio e que dentro de “um mês haverá uma nova reunião”.
O incêndio no concelho de Odemira teve início no dia 05 de agosto e foi dado como dominado às 10:15 do dia 09, seis dias depois de ter deflagrado numa área de mato e pinhal na zona de Baiona, na freguesia de São Teotónio.
O fogo chegou a entrar nos municípios algarvios de Monchique e Aljezur e a área ardida ascende a cerca de 8.400 hectares, num perímetro de 50 quilómetros.
As chamas afetaram explorações agrícolas e turísticas, principalmente nos concelhos de Odemira e de Aljezur, tendo em Monchique destruído cerca de 350 hectares de mato e floresta.