Aves quase extintas migram para sul com ajuda de humanos (com FOTOS)



Com a ajuda humana e de aeronaves ultraleves, um grupo de 14 aves juvenis conseguiu aprender uma nova rota migratória desde a Áustria, onde nasceram, até Itália para passarem o Inverno.

As aves tratam-se de íbis-eremitas, uma espécie que esteve quase extinta e está agora a ser reintroduzida na natureza através de programas de conservação e reprodução em cativeiro. Há mais de uma década que Johannes Fritz, e a sua equipa da Waldrapp, desenvolve um projecto para reintroduzir as íbis-eremitas no seu habitat natural na Europa Central.

A espécie está quase extinta no continente há cerca de 400 anos. Contudo, graças aos sobreviventes em cativeiro e aos programas de conservação, a ave está a recomeçar a habitar o território europeu. Porém, como se trata de uma ave migratória é necessário ensinar aos animais o conhecimento perdido através das gerações de como migrar, que normalmente era passado de pais para filhos quando viviam em liberdade. E tal ensinamento torna o trabalho muito mais difícil.

O projecto da Waldrapp centra-se em íbis criadas num centro de reprodução em Salzburgo, que depois são atribuídas a humanos de adopção que as criam até serem adultas. Quando têm idade suficiente, as jovens aves são ensinadas a percorrer as centenas de quilómetros que separam esta cidade austríaca da Toscânia, em Itália, onde passam o Inverno. Para lhes ensinar a rota de migração, os humanos de adopção percorrem o percurso ao lado das aves em aparelhos ultraleves.

Desde que o projecto começou em 2003, um pequeno número de aves promissoras mostraram capacidade de se manter no habitat natural. Contudo, a jornada nem sempre é fácil. A equipa ensina estas aves a migrar por uma rota que passa nos Alpes, mas esta rota – a mais adequada para os animais – coloca-os em contacto com os humanos e algumas aves acabam por ser caçadas.

Mas este ano a equipa da Waldrapp criou uma nova rota migratória, com menos perigos. O grupo de 14 aves foi o primeiro a seguir os humanos adoptivos nos seus ultraleves desde Áustria até Itália.

“O melhor aspecto sobre o projecto este ano foi que demorámos apenas 11 dias para percorrer a rota, o que significa que as aves deslocaram-se da área protegida na Europa Central até Itália muito mais rápido, estando assim expostas a menos caçadores e perigos no caminho”, afirma Fritz, citado pelo Dodo.

As 14 íbis-eremitas juntaram-se a outras aves da mesma espécie que se tornaram independentes depois de terem aprendido a rota migratória e existe agora a possibilidade de aves passarem novamente o conhecimento da migração para as futuras gerações sem necessidade de intervenção humana. De acordo com Fritz, o objectivo é continuar a criar e a ensinar mais íbis-eremitas até que atinjam uma população viável de 120 exemplares até 2019.

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