Banco Mundial de Sementes recebe mais de 14 mil novas amostras
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O Banco Mundial de Sementes, localizado no arquipélago ártico de Svalbard, na Noruega, recebe esta semana 14.022 novas amostras de espécies vegetais com grande relevância para a alimentação humana. É o 66.º depósito desde que o banco abriu portas em fevereiro de 2008.
As mais recentes remessas contam com 15 espécies vegetais, sobretudo sementes de sorgo e de espécies de painço, oriundas do banco genético do Sudão, cuja coleção foi quase destruída devido à guerra civil que devasta o país africano há vários anos, bem como sementes importantes para a produção alimentar no Malawi e nas Filipinas. Serão também recebidas mais de três mil variedades de arroz, milho e feijão provenientes do Brasil, espécies de árvores dos países nórdicos e de arroz da Tailândia.
Desde que foi inaugurado, o Banco Mundial de Sementes já recebeu amostras de 123 bancos genético de 85 países.
Com um planeta em crise, ameaçando a sobrevivência de muitas espécies de animais (incluindo nós) e de plantas, a cooperação internacional é fundamental para assegurar a segurança alimentar.
“Este momento é um poderoso lembrete de que garantir o futuro alimentar exige uma ação coletiva”, salienta, em comunicado, Stefan Schmitz, diretor-executivo da Crop Trust, uma das organizações que participa no financiamento do Banco Mundial de Sementes, que é gerido pela NordGen.
“As sementes depositadas esta semana representam não só biodiversidade, mas também o conhecimento, a cultura e a resiliência das comunidades que zelam por elas”, aponta.
Construído para ser invulnerável a desastres nucleares, incluindo conflitos que usem armas desse tipo, e aos efeitos do aquecimento global, o Banco Mundial de Sementes encontra-se no interior de uma montanha sob 40 a 60 metros de rocha e protege no seu âmago mais de um milhão de sementes de praticamente todos os países do mundo.
O objetivo é que, em caso de catástrofe, seja possível recuperar a produção alimentar. Aliás, o Banco Mundial de Sementes já atuou para recuperar as plantações destruídas no decurso da guerra na Síria.