Bangladesh: 20 milhões de pessoas estão a beber água envenenada com arsénico
Cerca de 20 milhões de bengalis estão a beber água que contém níveis perigosos de arsénico, de acordo com a Human Rights Watch (HRW), que acrescenta que não está a ser nada para alterar esta situação.
Num relatório publicado na semana passada e citado pelo Mic, a Human Right Watch explica que várias organizações de desenvolvimento implementaram uma iniciativa maciça, entre os anos 70 e 2000, para furar poços, uma resposta ao enorme problema de água contaminada com fezes. No entanto, esta aparente solução estava a piorar o problema, uma vez que a água subterrânea estava contaminada com arsénico sem sabor ou odor que, quando bebido em níveis elevados, pode causar doenças cardiovasculares, cancro, lesões na pele e até provocar a morte.
Quando o problema foi identificado, em 2002, a Organização Mundial de Saúde chamou-lhe o maior envenenamento populacional em massa da história. Catorze anos depois, o relatório da HRW fala na morte de 43.000 pessoas, por ano, devido aos níveis de arsénico na água.
“O Governo, investidores internacionais e ONG instalaram alguns milhares de aparelhos de água potável, sobretudo tubos em profundidade para poços, que chegavam a água subterrânea de melhor qualidade”, explicou a HRW. Isto passou-se em 2004 e, dois anos depois, estes esforços terminaram.
O problema está agora nas novas gerações. Entre 2000 a 2030, 90 milhões nasceram e nascerão no Bangladesh. Destas, um a cinco milhões poderá morrer devido a envenenamento por arsénico. E a não ser que o Governo daquele país volta a olhar a sério para o problema, com a ajuda das autoridades e financiamento internacional, os bengalis continuarão a morrer devido à pouca qualidade da água.
Foto: Asif Salman / Creative Commons