Barulhos humanos afectam negativamente a sexualidade dos rinocerontes



Míopes e ocasionalmente teimosos, os rinocerontes são uns dos reis das pastagens africanas. Dada a sua fraca visão, a comunicação da espécie é feita maioritariamente através de sons e odores, daí um sistema olfactivo e auditivo bastante apurado.

Quando sujeitos a cativeiro, os barulhos produzidos pela civilização humana impactam negativamente a vida dos rinocerontes, pois estes possuem uma audição bastante mais sensível que a humana. Um estudo da Texas State University e da Baylor University concluiu que os barulhos estranhos produzidos pelos humanos interferem negativamente com a vida sexual dos rinocerontes em cativeiro.

Os investigadores das duas universidades gravaram recentemente o barulho ambiente perto de uma pequena reserva urbana com rinocerontes, especialmente sons que os animais possam achar mais estranhos e que interfiram mais com a sua saúde reprodutora. Embora o parque possa parecer tranquilo para um ser humano, já que fica localizado a sensivelmente 100km de Dallas, para os rinocerontes a história é diferente, pois conseguem ouvir frequências inferiores às que o ouvido humano consegue detectar.

“Quem for ao parque sente-se tranquilo e a maior parte das pessoas não está ciente dos barulhos”, indica Suzi Wiseman, especialista em bioacústica da Texas State University, cita o Dodo. Contudo, os rinocerontes são constantemente bombardeados com infra-sons, que interferem com a sua saúde reprodutora.

Wiseman e os restantes investigadores indicam que são necessários estudos mais aprofundados para perceber a forma concreta como estes sons afectam a sexualidade dos rinocerontes em cativeiro e que, da mesma forma que a poluição urbana afecta a saúde reprodutora dos rinocerontes, a reprodução humana pode estar também a ser afectada.

Caso se confirme que a poluição sonora afecta mesmo a reprodução destes animais, os programas de reprodução em cativeiro, destinados a assegurar a continuidade de algumas subespécies, podem estar comprometidos.

Foto: joseria / Creative Commons





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