BE questiona Governo sobre exportação de animais de áreas afetadas com doença viral



O Bloco de Esquerda questionou a ministra da Agricultura e Alimentação sobre a exportação de animais de áreas afetadas com uma doença viral de Portugal para Israel, pedindo esclarecimento sobre as condições de segurança.

Em causa está a alegada exportação para Israel de bovinos e ovinos com origem em áreas afetadas com a doença hemorrágica epizoótica (DHE), que ocupam atualmente quase todo o território continental.

Na pergunta dirigida à ministra da Agricultura e Alimentação, o líder parlamentar do Bloco, Pedro Filipe Soares refere que, de acordo com Israel, desde o final do ano passado foram exportados cerca de 93 mil bovinos e 235 mil ovinos.

Por esse motivo, o partido pede ao Governo que esclareça se foram exportados animais de zonas afetadas com DHE para Israel, desde 02 de dezembro, e, nesse caso, se passaram por algum período de quarentena em Portugal.

Recordando que na mesma altura a Direção-Geral de Agricultura e Veterinária (DGAV) impediu a exportação de bovinos, ovinos e caprinos vivos a partir de áreas afetadas para outros Estados-membros da União Europeia, o Bloco de Esquerda questiona também se o Governo pondera alargar a suspensão a países extracomunitários para limitar a propagação da doença.

Ainda a propósito de Israel, a exposição acrescenta que, na quinta-feira, o Ministério da Agricultura israelita declarou que tinham sido colocadas exigências a Portugal para a exportação daqueles animais.

Em concreto, Israel exige a exportação apenas de animais provenientes de áreas não afetadas e que sejam sujeitos a um período de quarentena, o que, segundo Pedro Filipe Soares, “não corresponde às medidas anunciadas pela DGAV”.

Questionando quando teve o Ministério conhecimento daquelas exigências, o Bloco de Esquerda pede ainda esclarecimentos sobre a forma como Portugal está a garantir a sua aplicação.

A DHE afeta ruminantes, particularmente os bovinos e os cervídeos selvagens, estando entre os principais sintomas febre e falta de apetite, lesões na mucosa da boca, produção excessiva de saliva e dificuldade em engolir.

A área afetada compreende um raio de 150 quilómetros em torno do foco, restringindo os movimentos, com destino a outro Estado-membro, de animais provenientes das explorações que estão localizadas nessas mesmas áreas.

De acordo com o edital mais recente publicado pela DGAV em agosto, no território continental a zona afetada exclui apenas os distritos de Viana do Castelo, Braga (com exceção de Celorico de Basto) e algumas zonas dos distritos do Porto e Vila Real.





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