Beja vai disponibilizar 138 talhões para hortas urbanas. E os agricultores podem vender o excedente.
A exemplo de muitas outros habitantes de cidades e vilas portuguesas, também os cidadãos de Beja vão ter acesso a terrenos para criarem as suas próprias hortas urbanas, de acordo com o presidente da câmara, Jorge Pulido Valente.
De acordo com o autarca, o município avançou para este projecto para “regularizar as situações de cultivo desordenado” existentes no perímetro urbano da cidade, “incentivar a agricultura urbana” e apoiar as famílias carenciadas.
“Ao permitir a produção própria” de produtos agrícolas, o projeto é também uma “resposta social” para “apoiar famílias carenciadas”, frisou Pulido Valente, explicando que, no processo de atribuição de terrenos para criação das hortas, o município vai ter “em consideração” a situação económica dos agregados familiares dos interessados e “privilegiar” os mais carenciados.
As hortas serão cultivadas num terreno situado entre a Urbanização Quinta d’El Rei e o Bairro de Palame, com 1,25 hectares divididos por 138 talhões. Cada talhão tem entre 40 e 80 metros quadrados e será regado através de uma nora tradicional.
Se está interessado em ser agricultor urbano terá de se inscrever no Gabinete de Planeamento e Desenvolvimento da Câmara de Beja. Terá também de pagar uma tarifa mensal, que constituirá um fundo comum de reservas e visa, essencialmente, a manutenção e conservação do espaço e equipamentos.
A atribuição dos talhões vai privilegiar as primeiras inscrições, os residentes das freguesias urbanas da cidade e as situações de carência económica do agregado familiar dos candidatos.
Além do abastecimento de água, os hortelões terão acesso a um ponto de luz, a um abrigo comum para depósito de utensílios agrícolas, a um espaço comum para compostagem ou depósito de resíduos orgânicos, instalações sanitárias, zona de primeiros socorros e um painel informativo para divulgação de informação sobre modos de produção e práticas culturais ambientalmente correctas.
Finalmente, e como o projecto tem a preocupação de aliviar os orçamentos familiares, no caso de haver excedentes, estes podem ser comercializados. “Isso irá permitir obter um complemento ao orçamento familiar”, concluiu Jorge Pulido Valente.