Bengala inteligente, tatuagem para diabéticos e reciclagem de óxido nitroso vencem Empreendedorismo da FCT NOVA



A Nova School of Science and Technology | FCT NOVA anuncia as três equipas vencedoras da edição deste ano do Programa de Empreendedorismo, um dos principais programas académicos de empreendedorismo em Portugal. A edição de 2023 permitiu a cerca de 1000 alunos, ao longo do último mês, acelerar e materializar uma ideia numa solução de mercado com o apoio de 22 professores e cerca de 50 mentores do ecossistema empresarial nacional.

Easy Walk é o nome do projeto vencedor do primeiro prémio. Visa a criação de um dispositivo que utiliza sensores ultrassónicos para integrar nas tradicionais bengalas e facilitar a mobilidade de pessoas invisuais, detetando potenciais objetos a qualquer distância do solo. Com GPS integrado e uma aplicação gratuita, o dispositivo inclui ainda um botão SOS para situações de emergência. A solução foi desenvolvida pelos alunos Ricardo Cutileiro, Beatriz Franco, Rita Nunes, Ricardo Carvalho e Gonçalo Santos, revela Nova School of Science and Technology | FCT NOVA, em comunicado.

Em segundo lugar, acrescenta, o GlucoInk é uma solução de baixo custo que, através de uma tatuagem, permite analisar a glicose de pacientes com diabetes. Em 2019 foi reportada a existência de mais de 400 milhões de pessoas com diabetes em todo o mundo, sendo que os atuais sistemas de monitorização dos níveis de glicose nos pacientes são invasivos ou de elevado custo e inacessíveis à maioria das pessoas. O projeto agora apresentado pelos alunos Daniela Vargas, Alice Dias, Renato Bonito, Carolina Lopes e Tiago Cortez visa o desenvolvimento de uma tatuagem que muda de cor consoante o nível de glicose do utilizador. A mesma tem a duração de até seis dias e a sua aplicação é indolor para o paciente.

NitroHacks foi também um dos projetos vencedores da edição deste ano. Desenvolvido por uma equipa de alunos de Engenharia Química, Mecânica e Micro e Nanotecnologia (Rodrigo Marques, Ana Filipa Carvalho, Beatriz Lobo, Joana Torcato e Margarida Laires), trata-se de uma solução que visa responder ao problema do óxido nitroso, comummente conhecido como gás hilariante e um dos principais causadores do agravamento do efeito de estufa. Esta equipa desenhou o protótipo de uma membrana que capta este gás, melhorando o ambiente e facilitando o acesso a oportunidades de matérias-primas, como os fertilizantes e ajudando a promover a economia circular.

“O ensino hoje deve considerar seriamente o espírito empreendedor como uma característica fundamental. A conceção de ideias de negócios tecnológicas e sustentáveis e a capacidade de comunicação destas ideias através de um elevator-pitch de 3 minutos são competências que contribuem na preparação dos nossos alunos para um mercado competitivo”, explica a Professora Fernanda Llussá, que coordena esta edição em conjunto com o Professor Aneesh Zutshi. “Na FCT NOVA acreditamos que o empreendedorismo e as soft skills são cruciais e é por isso que contamos com um Perfil Curricular onde essas competências são desenvolvidas em todos os cursos de mestrado”, acrescenta o Professor Aneesh Zutshi.

As três equipas vencedoras desta edição foram distinguidas com prémios monetários, no valor de 2.500 euros para o 1º lugar, 1.500 euros para o 2º lugar e 750 euros para o 3º lugar. Foram também atribuídos prémios pelas cinco empresas patrocinadoras e que apoiaram o programa este ano.

Prémios das empresas

As cinco empresas patrocinadoras da edição deste ano premiaram os seguintes projetos:

 

  • A ASSECO selecionou o Immunosticker, uma nova solução de vacinação. O Immunosticker é um autocolante de hidrogel com microagulhas. Ao colar o autocolante na pele por um período aproximado de cinco minutos, o princípio ativo da vacina é transmitido à pessoa. Esta solução está direcionada principalmente para países de maior pobreza onde há falta de pessoal médico em áreas mais isoladas. Os autocolantes são mais fáceis de transportar e administrar que as atuais vacinas tradicionais;
  • A Jerónimo Martins escolheu o projeto de Biotecnologia Alimentar SELLFRESH, uma embalagem inteligente de iogurte que consoante a cor da embalagem indica se o produto está em condições de ser consumido, além de não interferir com as características do alimento e ser biodegradável;
  • Por fim, a NTT DATA e a EY optaram pelo projeto de Engenharia Civil Volight Glass, que propõe um vidro inteligente que procura resolver a questão do excesso de incidência de luz. O vidro proposto consiste na junção de um vidro fotovoltaico e um smart glass – enquanto o fotovoltaico absorve a luz e transforma em energia, o smart glass adapta a opacidade do vidro consoante a luz projetada na janela. Esta solução não só substitui uma série de cortinas, como permite poupar na energia.
  • O Easy Walk, vencedor do primeiro prémio, foi ainda considerado o melhor projeto pela NOS, na secção de prémios atribuídos pelas empresas.

O júri do Programa de Empreendedorismo foi composto por Rui Tomás (Jerónimo Martins), Miguel Lúcio (ASSECO), Pedro Fonseca (NTT DATA), José Pedro Teixeira (NOS) e João Pestana Pires (EY).





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