Besouro-do-Pinheiro contribui para as alterações climáticas
Os besouros-do-pinheiro tornaram-se tão vulgares e espalhados que estão a beneficiar do aquecimento global e, paralelamente, começar a contribuir para ele. “Estudos anteriores demonstraram que as alterações climáticas permitiam ao besouro florescer. Mas agora sabemos que as infestações do besouro contribuem para [as alterações climáticas]”, avisa um estudo publicado no Nature Geoscience.
Segundo cientistas da Universidade de Toronto, responsáveis pelo estudo, o gradual aquecimento climático permitiu a este besouro destruidor de árvores a sua proliferação pelas florestas onde costumava ficar congelado.
Na última década, os besouros espalharam-se por 20% de toda a área floresta da região da British Columbia, Canadá, naquela que será uma das maiores perturbações ecológicas de sempre. Não é expectável, porém, que o besouro chegue a mais florestas.
Os cientistas canadianos exploraram 170 quilómetros quadrados de floresta e descobriram que o cinzento substituiu o verde das folhas, com milhares de árvores mortas. Por outro lado, e utilizando dados de temperatura dos satélites, o estudo concluiu que as florestas infestadas por besouros são, em média, um grau mais quentes que as saudáveis.
“Se uma árvore morrer, ela vai deixar de suar. Isso significa que a radiação solar que era gasta a evaporar a água destas árvores está agora a aquecer a superfície”, explica o estudo.
Segundo o estudo, quando se disrupte a delicada balança ecológica imposta por um clima estável, podermos ter efeitos em cascada. “Quando pensamos na adaptação climática e estratégias de mitigação, é essencial manter algumas incertezas em mente e trabalharmos para minimizar essas perturbações no clima”, conclui o estudo.