Bloco de Esquerda defende mais proteção para trabalhadores expostos ao sol
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) alertou hoje para os riscos de saúde de quem trabalha ao calor e anunciou para setembro uma medida legislativa para criar mais proteção para aqueles trabalhadores.
No Parque de Campismo de São Gião, no concelho de Oliveira do Hospital, distrito de Coimbra, onde visitou o acampamento de jovens bloquistas, Mariana Mortágua salientou que à medida que as temperaturas aumentam “vai ser preciso criar novas proteções de trabalho”.
Frisando que “é preciso ter novas proteções no trabalho”, a líder do BE disse ter recebido denúncias nos últimos dias de trabalhadores de supermercados, que estiveram expostos “a temperaturas de 40 e 38 graus durante oito horas” por avaria nos sistemas de ar condicionado.
“O BE vai apresentar novas medidas em setembro para proteger quem trabalha ao calor, assim que abrir a atividade legislativa, para haver limites de temperaturas sob as quais as pessoas podem estar a trabalhar, desde a quantidade de horas, medidas de proteção como acesso a água, descanso e material de proteção”, anunciou Mariana Mortágua.
A coordenadora dos bloquistas desafiou ainda o Governo a tomar medidas de proteção aos trabalhadores expostos ao calor, tal como existem para proteger os cidadãos dos incêndios e de todos os riscos associados às alterações climáticas, para evitar mortes prematuras e acidentes de trabalho.
“Várias medidas podem ser tomadas, desde logo o reforço da fiscalização da Autoridade das Condições de Trabalho e um papel legislativo para clarificar quais são as condições de proteção dos trabalhadores ao sol”, sustentou.
Mariana Mortágua pretende que seja definido o máximo de temperatura a que os trabalhadores podem estar expostos, bem como os períodos de pausa, sobretudo para trabalhadores agrícolas, de estufas e da construção civil, que estão mais expostos, e garantido o acesso a água e material de proteção.
Para a líder do BE, todas estas medidas podem estar na lei, sendo que é preciso também uma fiscalização maior.
“O aquecimento global veio para ficar e nos adaptamos ou vamos assistir a mais mortes e acidentes de trabalho provocados pelo calor”, sublinhou.
Para sustentar a sua posição, Mariana Mortágua socorreu-se de um relatório da Organização Internacional do Trabalho divulgado hoje, que alerta para novos casos de morte e acidentes de trabalho provocados pelo aumento da temperatura.