Bolieiro quer plano de Proteção Civil nos Açores devido às alterações climáticas



O presidente do Governo dos Açores defendeu a criação de um plano de Proteção Civil para “proteger” a população das alterações climáticas e anunciou a realização de uma conferência internacional na região sobre a mudança do clima.

“Precisamos de ter especial sensibilidade para as consequências das alterações climáticas sobre a vida nos Açores. Temos de ter um plano relativamente à proteção civil das nossas populações e investimentos públicos que as possam proteger, para além de uma literacia de cidadania”, declarou.

O líder do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) discursava hoje no auditório do Laboratório Regional de Engenharia Civil, em Ponta Delgada, na abertura do seminário “Mitigação e Adaptação às Alterações Climáticas”, organizado no âmbito do projeto Life IP Climaz – Programa Regional para as Alterações Climáticas dos Açores.

Bolieiro alertou que a transição climática é sentida nos Açores pelas “gravosas consequências que implica”, que se “refletem na condição de proteção civil das populações, na erosão da orla costeira e no risco dos deslizamentos de massas”.

O presidente do Governo Regional defendeu ainda que os Açores são um “bom exemplo” na relação sustentável com a natureza, “não apenas pelo histórico”, mas “também pelo percurso do presente”.

“Os Açores são uma referência planetária de boa relação humana com a natureza. A verdade é que nós não somos, na nossa dimensão, responsáveis pela carbonização da economia e por uma ação climática geradora de receios e de consequências nefastas”, vincou.

O chefe do executivo açoriano considerou fundamental a “utilização da ciência como auxiliar de proteção” das populações e avançou, sem detalhar, que “até ao final deste ano será realizado um encontro internacional sobre alterações climáticas”.

Na ocasião, o coordenador do subprograma Life Climate Action considerou que as regiões autónomas, devido à vulnerabilidade às alterações climáticas, são uma “prioridade” para a Comissão Europeia, lembrando que 40% emissões de dióxido de carbono na União Europeia têm origem na agricultura.

“A vulnerabilidade destas ilhas é bastante óbvia, devido à geomorfologia e geologia. (…) Temos de ser mais inteligentes, rápidos e com uma abordagem integrada nas ações para aumentar a resiliência da nossa sociedade”, afirmou Bern Decker.

O programa LIFE é o projeto da União Europeia dedicado ao ambiente e à ação climática.





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