Brad Smith: a redução das emissões “é uma grande causa na qual todos podemos trabalhar juntos”
Realizou-se ontem a segunda sessão da série de webinares dedicados ao tema ‘Urban Future with a Purpose’, da Deloitte .
Sob o tema principal ‘Using Data to Build a Better and Inclusive Society’, o evento contou com a introdução de Lídia Pereira, Deputada ao Parlamento Europeu, e Miguel Eiras Antunes, Líder Global da prática de Smart City, Smart Nation e Local Government da Deloitte, tal como com os convidados Brad Smith, Presidente da Microsoft, Jeff Merritt, Head of IoT and Urban Transformation do World Economic Forum, Debbie Sills, Global Leader Government & Public Sector Industry da Deloitte, Kirby Brady, Chief Innovation Officer, da cidade de San Diego e Martin Brynskov, Chair da Open & Agile Smart Cities.
Brad Smith contou a sua perspetiva e a da Microsoft relativamente à utilidade da tecnologia e das plataformas digitais no futuro, para aumentar o envolvimento dos cidadãos e criar cidades mais sustentáveis, inclusivas e com mais qualidade de vida para todos.
A democracia foi o primeiro valor, entre os vários que a tecnologia intersecta, apontados pelo diretor. “Quando se trata de democracia, o impacto da tecnologia é um pouco parecido com o que estamos a ver em tudo o resto. A tecnologia tornou-se uma das ferramentas mais poderosas para resolver todos os problemas do planeta, mas também se tornou uma arma formidável. O que precisamos de fazer é trabalhar em conjunto para tirar o melhor proveito da tecnologia e, ao mesmo tempo, proteger todos estes desafios e ameaças.”
Brad Smith explica que dois pontos cruciais para este fim são as empresas, como a Microsoft, que “têm de se chegar à frente e fazer muito mais”, e os governos, que por sua vez, devem agir igualmente rápido. “Vai ser preciso cada vez mais não só o envolvimento do setor privado mas também a regulamentação do governo”. Fala ainda da necessidade de haver mais cibersegurança e da existência de um jornalismo saudável, para que exista realmente uma democracia. Para a protegermos, são necessárias várias coisas, segundo o CEO: “Governos em quem possamos confiar, privacidade, segurança digital, utilização ética ou responsável da inteligência artificial, e foco no crescimento económico saudável”.
No que diz respeito aos empregos, começam a ser exigidas mais competências a nível digital atualmente. Nesse aspeto, “para uma empresa como a Microsoft no ramo de tecnologia, há muito que podemos fazer para trazer o acesso às competências digitais”, declara. Exemplifica com uma iniciativa a nível local desenvolvida pela Microsoft, que se focou em ensinar competências digitais a 25 milhões de pessoas, e dá o exemplo do LinkedIn (pertence à Microsoft), que trás conteúdos nesta área de forma mais acessível para todas as pessoas.
“Acho que todos nós, como empregadores, deveríamos realmente perguntar-nos: “Estamos a fazer o suficiente pelas nossas pessoas”? (…) “Estamos a investir na aprendizagem dos funcionários?” “Estamos a fazer o suficiente para facilitar a inclusão dos funcionários?”, adverte.
Relativamente aos compromissos da Microsoft a nível ambiental e sustentável, o profissional relembra que faz um ano desde que a empresa assumiu o compromisso de se tornar neutra em carbono em 2030. Deixa ainda claro que “a primeira coisa que todos devemos reconhecer é que 2020 pode ser facilmente um ano em que as pessoas poderiam fazer menos sobre o ambiente e focar-se na Covid. Mas isso não aconteceu”.
A empresa reduziu as suas emissões de carbono em 6%, de janeiro de 2020 a janeiro de 2021, a nível da sua cadeia de abastecimento e de utilização dos seus produtos. “Implementámos um sistema de medição que é mais sofisticado na Microsoft, mas também para todos os nossos fornecedores; lançámos novas parcerias com os nossos fornecedores e com os nossos clientes para continuarmos a tentar reduzir as emissões de carbono”, explica.
Por outro lado, através de 26 projetos a Microsoft retirou “mais de um milhão de toneladas métricas de carbono”, grande parte deles relacionados com a natureza e outros também com a tecnologia, através do seu Fundo de Inovação Climática. Em simultâneo, “Começámos a focar-nos mais na justiça climática (…) Focámo-nos em comunidades não desenvolvidas nos Estados Unidos e em todo o mundo. Temos procurado projetos para investir em mais energia solar para essas comunidades, de forma a beneficiá-las”.
Nos próximos meses, podem-se esperar mais ferramentas tecnológicas destinadas aos consumidores, “para que possam utilizar na redução das suas próprias emissões”, afirma Brad Smith.
“Acho que uma das coisas que me inspira é o reconhecimento de que esta não é uma das questões definidoras de nossa espécie, mas sim uma grande causa na qual todos podemos trabalhar juntos. Porque realmente requer que juntemos o Planeta, para alcançar este tipo de avanços; e certamente para uma empresa de tecnologia (…) acreditamos que terá um papel importante na criação de um mundo mais sustentável”, conclui.