Brasil: Zara cria número verde para denúncias de trabalho escravo



O grupo Inditex, que detém a marca Zara, anunciou esta semana a criação de um número verde que vai receber denúncias de trabalho escravo. O anúncio foi feito na Comissão de Direitos Humanos dos Deputados do Brasil, onde a Inditex pediu desculpa por não ter podido antecipado a situação que relatamos nas próximas linhas.

Segundo a imprensa brasileira, a rede espanhola prometeu ainda que vai acompanhar mais de perto a cadeia produtiva dos seus fornecedores. Recorde-se que, em Agosto, uma fiscalização do Ministério do Trabalho brasileiro, em São Paulo, encontrou 15 bolivianos a trabalhar em “condições análogas à escravidão” numa fornecedora da empresa.

“[A Zara foi] vítima de uma situação e não se considera culpada pelo ocorrido”, explicou um representante da Inditex, Jesus Echevarria, que disse ainda que esta denúncia terá criado um dano “irreparável” à empresa.

De acordo com o auditor deste processo, Luís Alexandre de Faria, do Ministério do Trabalho, os fiscais chegaram à fábrica depois de uma investigação da Assembleia Legislativa de São Paulo, que identificou grandes oficinas que exploravam trabalhadores bolivianos.

O auditor afirmou na audiência que, além de peças para grandes redes de lojas, foram encontrados nessas confecções coletes usados por recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que também foi notificado.

Segundo a Agência Câmara, Faria informou que a Zara recebeu 48 autos de infracção, com multas que somam 1 milhão de reais (580 milhões de euros).

A empresa também corre o risco de ser incluída na “lista suja do trabalho escravo”, elaborada pelo Ministério do Trabalho. Se isso acontecer, uma das punições será a perda de acesso a financiamentos públicos.

A Zara deverá pagar indemnizações aos 15 bolivianos explorados.





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