Brasileira descobre que a casca de banana pode despoluir água contaminada



A casca de banana pode ser um dos resíduos mais promissores no processo de despoluição da água contaminada por efluentes radioactivos, de acordo com uma pesquisa desenvolvida pela química brasileira Milena Boniolo, especialista no tratamento de águas residuais.

Para além de ser uma alternativa à luta contra a superlotação dos aterros, a utilização da casca da banana para livrar a água de metais pesados é uma das opções mais viáveis e baratas para as indústrias brasileiras, pode ler-se no Planeta Sustentável.

Milena Boniolo, que publicou esta teoria na sua tese de mestrado, está agora a procurar pequenas empresas dispostas a aplicar esta técnica.

“Esta foi uma descoberta que eu fiz numa época em que trabalhava no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares. Numa das minhas experiências fiz uma farofa de casca de banana e percebi que, ao jogá-la na água, ela atraia para si os metais pesados presentes neste recurso”, explicou Boniolo.

“Fiquei tão fascinada com a descoberta que foi este o tema do meu mestrado. Ao investigar melhor o fenómeno, descobri que a reacção química acontecia porque a casca da banana possui moléculas de carga negativa que atraem para si substâncias carregadas positivamente, como os metais pesados”, continuou a química de São Paulo.

A investigadora chegou à casca de banana por acaso. “Soube que, na Índia, utilizavam a palha do arroz – um alimento muito comum no País – para remover o corante da água. Depois, tentei perceber qual a comida que não é aproveitada a 100% no meu País e que poderia ser usada na descontaminação da água. Então, vi na TV uma reportagem sobre o desperdício de alimentos, com dados de 2008, que dizia que quatro toneladas de banana eram atiradas ao lixo só na Grande São Paulo. Era a solução sustentável que eu procurava”, revelou Boniolo.

Saiba como funciona o processo de descontaminação nesta entrevista.





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