Cabo Verde proíbe sacos de plástico a partir de Janeiro de 2017



O Governo cabo-verdiano anunciou hoje que, a partir de 1 de Janeiro de 2017, será interditado em Cabo Verde o fabrico, importação e comercialização de sacos de plástico convencional para embalagens.

A medida foi anunciada pelo ministro do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território cabo-verdiano, Antero Veiga, durante a apresentação do projeto Roadmap, financiado pela Fundação Portuguesa de Carbono (FPC) e liderado por um consórcio de entidades de Portugal e de Cabo Verde.

“Vamos incentivar o artesanato local e introduzir embalagens biodegradáveis, para que as flores das nossas acácias deixem de ser os sacos de plástico que proliferam no ambiente em Cabo Verde”, salientou à Lusa Antero Veiga.

O Governo pretende ainda aprovar um regime geral aplicável à prevenção, produção e gestão de resíduos, sustentado por um regime jurídico do licenciamento e concessão das operações de gestão do lixo.

“Será uma espécie de lei-quadro dos resíduos, que tanta falta tem feito”, sintetizou Antero Veiga, adiantando estar em curso a aquisição de equipamentos de recolha e transporte de resíduos “em quantidade suficiente” para os 22 municípios até Junho próximo.

Cabo Verde acedeu à categoria de País de Rendimento Médio em 2008 e, estatisticamente, tem uma população essencialmente urbana, uma vez que cerca de 66% dos mais de 520 mil habitantes reside nas cidades, produzindo mais de 220 toneladas diárias de lixo.

Por outro lado, apenas na ilha de Santiago, onde reside 56% do total da população cabo-verdiana, entram nas redes de esgotos locais 2.400 metros cúbicos de águas residuais, tratadas “satisfatoriamente” antes de serem injectadas no mar.

“Que grande desperdício. Temos estado a perder milhares de milhões de potenciais recursos financeiros nos resíduos que deitamos fora, contrariando todas as recomendações técnicas da atualidade. Devemos reduzir, reciclar e reutilizar o máximo de recursos que a nossa capacidade de iniciativa permitir e o ambiente agradece”, concluiu.

Foto: jenny downing / Creative Commons





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