Cabo Verde quer LED em todas as ruas e painéis solares nos edifícios públicos
Cabo Verde quer alargar o projeto de substituição da iluminação pública por tecnologia LED a todos os municípios do país e instalar painéis solares nos edifícios públicos, para autoconsumo, anunciou ontem no parlamento o primeiro-ministro.
“A substituição de lâmpadas convencionais por LED nos pontos de iluminação pública pode representar uma poupança de cerca de 50% do combustível na geração térmica. O processo foi iniciado na cidade da Praia e em Santa Maria, na ilha do Sal, e será estendido a nível nacional”, disse Ulisses Correia e Silva.
O chefe do Governo participa no debate mensal com o primeiro-ministro na Assembleia Nacional, na Praia, com o tema “Estratégia de Aceleração da Transição Energética”, agendado pelo grupo parlamentar do Movimento para a Democracia (MpD, maioria), durante o qual destacou que o reforço da eficiência energética “é uma das componentes importantes da aceleração da transição energética”.
Apontou que 27% dos 76 mil postos de iluminação pública do país foram já substituídos por tecnologia LED, no caso nas cidades da Praia e de Santa Maria.
Acrescentou que está “em desenvolvimento” o processo de “massificação da microprodução”, através de painéis solares, “para o autoconsumo nos serviços públicos”.
“Com início nas escolas, nos Paços de Concelhos dos diversos municípios e em estruturas de saúde”, explicou.
Revelou ainda que avançará igualmente a substituição dos painéis do Parque Solar do Palmarejo, na Praia, “por outros mais eficientes”, o que “irá aumentar a capacidade instalada de 4,4 MW [megawatts] para 10 MW”.
“E uma poupança no consumo de combustíveis na produção de eletricidade, equivalente a 3,5 milhões de euros por ano”, enfatizou.
Durante o debate parlamentar, Ulisses Correia e Silva avançou que está em curso “a elaboração de um estudo apoiado pela Cooperação Luxemburguesa para a produção de hidrogénio verde”.
“Alguns investidores têm manifestado o interesse em estudar a viabilidade de instalar unidades de produção de amónia verde em Cabo Verde”, revelou.
Na mobilidade elétrica, assumiu “ambiciosas” metas, como atingir “100% veículos movidos a motor elétrico até 2050”. “Estamos na fase de arranque, de 2018 a 2022 foram importados 165 veículos elétricos, 40 postos de carregamento serão instalados em todas as ilhas”, apontou.
O primeiro-ministro disse ainda que serão investidos sete milhões de euros para reduzir as perdas técnicas e comerciais de eletricidade, “com particular incidência na cidade da Praia, porque é em Santiago onde se regista o maior volume de perdas”.
“É com estes objetivos e estas metas que o Governo encara a aceleração da transição energética, que é um processo gradual, mas que tem que ter uma orientação estratégica muito clara, que exige avultados investimentos, que não é apenas capacidade de produção, mas é essencialmente capacidade de armazenagem, que exige eficiência energética, exige uma transformação muito forte e de paradigma”, concluiu.