Caçadores abatem alce albino considerado sagrado por tribo indígena
Três caçadores estão a tentar desculpar-se por terem morto um raro alce albino, considerado sagrado pelo povo indígena Mi’kmaq. Os homens, cujos nomes não se conhecem, abateram o animal em Cape Breton Highlands, no Canadá, durante uma viagem à região.
Os caçadores alegam não terem percebido que a sua acção provocaria tamanha indignação entre os Mi’kmaq, que acreditam que os animais albinos representam espíritos. A caçada foi descoberta quando o trio levou a carcaça do animal para a sua loja de caça em Lantz.
Os caçadores já pediram desculpa e preparam-se agora para devolver a pele do alce ao povo indígena, para que este possa realizar uma cerimónia sagrada com ela. A finalidade do evento é garantir que o animal seja eliminado de forma considerada respeitosa pelos Mi’kmaq.
“Recebemos a plena cooperação dos caçadores e durante as cerimónias, na próxima semana, eles até estão dispostos a participar”, avançou o chefe Bob Gloade, da Millbrook First Nation. A comunidade expressou a sua raiva depois de ter visto as fotografias dos caçadores a pousarem orgulhosamente com o alce morto – imagens que chegaram aos meios de comunicação social.
Apesar de não ser ilegal abater um alce albino durante a temporada de caça, os Mi’kmaq acreditam que isso quebra uma regra não escrita ligada a uma crença cultural alimentada durante várias gerações. Estes continuam a aguardar por uma legislação que proteja os animais sagrados de serem abatidos.
Reconhecer a importância e o significado deste povo deve ser o próximo passo rumo ao estabelecimento de um melhor relacionamento entre a comunidade indígena e não indígena.