Cadeira de rodas inteligente desenvolvida por português recebe 5ª distinção
A cadeira de rodas inteligente e que pode ser comandada através de movimentos da cabeça ou corpo, voz, expressões faciais e pensamentos, desenvolvida pelo professor português Luís Paulo Reis, recebeu a sua quinta distinção: melhor artigo da International Conference on Autonomous Robot Systems and Competitions.
O projecto, criado e coordenado na Escola de Engenharia da Universidade do Minho (EEUM), usa tecnologia que, testada em pacientes com paralisia cerebral, consegue desviar-se dos obstáculos, planear tarefas e comunicar com outros dispositivos.
Intitulado IntelWheels: Cadeira de Rodas Inteligente com Interface Multimodal, o trabalho já foi considerado modelo a seguir pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
“A ideia foi sobretudo a de criar uma cadeira de rodas inteligente, de baixo custo e impacto ergonómico, que pudesse ser comandada por um interface multimodal flexível”, explicou ao Correio do Minho Luís Paulo Reis.
“Os utilizadores poderão escolher entre vários modos de comando e até combiná-los. Entre as opções já disponíveis existem os comandos de voz, movimentos de cabeça ou o brain computer interface, que permitirá dirigir a cadeira através dos pensamentos”, acrescentou.
O projecto conta com o apoio das Universidades do Minho, Porto e Aveiro, do Laboratório de Inteligência Artificial e Ciência de Computadores, do Centro Algoritmi da UMinho, do INESC Tec, do Instituto de Engenharia Eletrónica e Telemática de Aveiro, da Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto e da Associação do Porto de Paralisia Cerebral.
O investigador acredita que, daqui a duas décadas, não haverá grandes diferenças no que diz respeito à inteligência e capacidade de realização de tarefas complexas entre humanos e robôs. “Os robôs serão os nossos parceiros. Poderão não ser robôs humanoides, com uma aparência muito semelhante ao do ser humano, mas trabalharão connosco na resolução de problemas do dia-a-dia ou de desafios maiores”, conclui.