Câmara da Amadora quer destruir horta comunitária na Damaia



Os terrenos estavam abandonados, entre prédios, onde existiam apenas um barracão, ruínas de uma antiga escola primária. Há sete meses, os moradores daquela zona da Damaia decidiram dar utilidade àquele espaço e criaram uma horta comunitária, mas agora a Câmara da Amadora avançou para a demolição do barracão e já garantiu que os campos cultivados terão o mesmo fim, mais cedo ou mais tarde, para darem lugar, em data ainda a definir, a um espaço verde.

Os hortelões reivindicam esta medida, argumentando que a autarquia nunca teve qualquer destino a dar àquele terreno, que foi limpo e trabalhado por eles e agora tem alguma utilidade. Defendem que a ideia de criar ali um jardim não passa disso mesmo, uma ideia, que não se sabe quando será posta em prática. “Antigamente, não existia lá nada a não ser lixo e destroços e ninguém se preocupava com isso, agora, que o terreno tem uma função, querem destrui-la? Não tem lógica!”, afirmou um dos moradores à agência Lusa.

Rui Ruivo é um dos mentores de uma petição que ontem foi entregue na Câmara da Amadora, com 350 assinaturas, para demover a autarquia de continuar a destruir a horta. O grupo de moradores pretende ainda que o espaço hortícola seja também um local de convívio, com uma vertente pedagógica, especialmente para as crianças. A ideia é criar um espaço, ao lado da horta, que funcione como ateliê, onde será explicada a importância dos produtos biológicos e da reutilização dos resíduos vegetais na combustão da terra, adianta a notícia do Correio da Manhã.

Há cerca de uma semana, a autarquia, que afirma ter recebido queixas de que existia prostituição e droga no barracão, procedeu à sua demolição, que foi interrompida por se terem encontrado placas de amianto, material tóxico. Os moradores dizem que nunca viram as práticas das quais fala a autarquia e, inclusivamente, alertou o responsável pela demolição para o facto de a estrutura conter resíduos perigosos, mas não foram ouvidos. Agora, as placas de amianto estão lá “abandonadas”, sem que se conclua o processo, acusam.

Apesar de o município garantir que existe um projecto para criar 200 talhões de hortas comunitárias, para onde poderão ir as pessoas que agora se queixam, os hortelões não desarmam e querem que seja ouvida a vontade da comunidade.





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