Câmara do Porto vai avançar com instalação de painéis fotovoltaicos em quatro bairros



Os painéis fotovoltaicos no bairro do Amial permitiram às famílias uma redução de 40% do consumo de energia desde junho e a Câmara do Porto pretende avançar com o projeto em mais quatro bairros, avançou hoje o vice-presidente.

“Estas famílias têm beneficiado de 40% de redução do consumo de energia e queremos continuar este projeto por outros bairros”, afirmou o vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo.

Aos vereadores, Filipe Araújo detalhou que 82 famílias do bairro do Amial beneficiam desta solução, mas assinalou que o município ainda não teve autorização para usar as baterias que armazenam a energia.

“Isto é absolutamente vergonhoso e diz muito sobre a forma como a administração intermédia [do Estado] está a funcionar. Desde junho que a bateria está instalada e poderia estar a beneficiar as famílias”, lamentou.

Para o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, começa a ser “impossível aos poderes políticos definirem coisas quando a administração intermédia do Estado está completamente à solta”.

“Criou-se um modelo em que os políticos não podem dar ordens à administração”, acrescentou.

O tema surgiu a propósito da discussão em torno da autorização plurianual de despesa para a conceção e construção de unidades de produção de eletricidade de fonte renovável para autoconsumo coletivo em bairros sociais.

Questionado pelo vereador Sérgio Aires, do BE, o vice-presidente, que detém o pelouro do Ambiente, afirmou que o projeto irá avançar para os bairros da Mouteira, Francos, Lordelo do Ouro e Fernão Magalhães.

Nestes quatro bairros municipais residem mais de 3.000 pessoas, de acordo com a informação disponível no ‘site’ da empresa municipal Domus Social.

À semelhança do vice-presidente e presidente, também a vereadora Ilda Figueiredo, da CDU, lamentou que a administração central “não tenha o mesmo tipo de avanço” que o município.

Em março do ano passado, Filipe Araújo lamentava que a “inoperância das instituições centralizadas” ainda não tivessem permitido produzir energia para autoconsumo no bairro do Agra do Amial.

“Continuamos presos a modelos que estão assentes numa administração pública absolutamente centralizada, que tem muito pouca motivação para tornar as prioridades políticas em realidade. Não questiono as estratégias, mas a verdade é que transportadas para a administração pública não são executadas de maneira efetiva”, referiu na altura.

O município do Porto instalou em 2022 dois sistemas fotovoltaicos distintos, com vista a criar uma comunidade energética renovável entre as habitações das mais de 180 famílias do Bairro de Agra do Amial e a Escola Básica da Agra, no âmbito do projeto Asprela + Sustentável.

O projeto foi aprovado em 2021 no âmbito do programa Ambiente, Alterações Climática e Economia de Baixo Carbono, promovido pelo EEA Grants (mecanismo financeiro do espaço económico europeu).





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