Caminhar na floresta e contacto com animais selvagens ajuda a aliviar stress pós-traumático



Dar passeios pela floresta e observar e contactar com animais selvagens pode ajudar a atenuar os sintomas em pessoas com stress pós-traumático.

A revelação é feita num estudo publicado esta semana na revista ‘Human-Animal Interactions’ e liderado por investigadores da faculdade de medicina da Universidade do Massachusetts (UMass Chan Medical School), nos Estados Unidos da América.

O trabalho envolveu a participação de 19 veteranos de guerra norte-americanos com stress pós-traumático ou com sintomas de stress pós-traumático e mostrou que caminhar por áreas de floresta, ajudar a cuidar de animais selvagens num centro de recuperação, ver animais selvagens num santuário ou observar aves ajuda a mitigar os sintomas psicológicos, especialmente a reduzir os níveis de ansiedade.

Mas o estudo revelou que os benefícios eram mais significativos em contexto de observação e cuidados de animais selvagens do que os passeios pela floresta.

Veterano de guerra, participante no estudo, alimenta cria de esquilo órfã num centro de recuperação de animais selvagens.
Foto: Jill M. Mackin, coautora do artigo

“Embora muitos estudos que envolvem interações entre humanos e outras espécies se focam em melhorar a saúde psicológica ou física tenham envolvido animais domésticos, nós decidimos focar-nos em animais selvagens”, afirma, em comunicado, Donna Perry, primeira autora do artigo.

“Verificámos que a resposta dos veteranos com [stress pós-traumático] à imersão na vida selvagem sugere uma melhoria dos sintomas psicológicos, bem como uma ligação à natureza/vida selvagem e uma maior compreensão e preocupação para com o bem-estar dos animais e questão relacionadas com a conservação”, detalha.

Os efeitos do contacto com animais selvagens eram especialmente significativos no alívio dos sintomas de stress pós-traumático quando os animais interagiam com os participantes humanos. Por alguns dos animais terem passados também conturbados (por estarem em santuários e centro de reabilitação sofreram algum tipo de trauma), os investigadores acreditam que se cria uma ligação ainda mais forte entre os veteranos de guerra e esses não-humanos.

“O estudo sugere que colocar os veteranos num ambiente onde podem estabelecer contacto com animais que também sofreram perdas e sofrimento pode promover a recuperação dos próprios veteranos”, salienta Perry.





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