Canadá: 450 espécies estão em declínio alarmante, alerta WWF
Um estudo levado a cabo pela WWF Canadá analisou 903 espécies de mamíferos, aves, peixes, repteis e anfíbios a viver no país e a conclusão é alarmante: metade destas espécies, ou seja 451, estão em declínio alarmante e há inclusive algumas já classificadas como ameaçadas ou em perigo.
As expectativas podiam supor que o Canadá, terra de vastas áreas verdes, seria um local seguro para os animais selvagens, mas os números mostram uma realidade bem diferente. Segundo o relatório Planeta Vivo da WWF, entre 1970 e 2104, os mamíferos, aves, peixes, repteis e anfíbios a viver no país sofreram um decréscimo de 83%.
Como explicar então a situação grave que ameaça a vida selvagem do Canadá? Desenvolvimento industrial desenfreado, urbanização, agricultura, silvicultura, sobrepesca, poluição e espécies invasoras são apontados por esta organização como os grandes culpados do panorama actual. Grupos locais de defesa da vida animal juntam ainda a estes factores a falta de vontade política para pôr em curso algumas mudanças tão necessárias.
E se para várias espécies no país o futuro não parece risonho, para a rena Rangifer tarandus caribou e para as baleias-brancas do estuário de St. Lawrence a situação é alarmante. Em 1990 os números desta espécie de renas situavam-se na ordem dos dois milhões de animais, hoje em dia pouco passam dos 800 mil.
“Esta é uma mensagem clara de que precisamos de ser mais activos para evitar o declínio da vida selvagem”, alertou James Snider, da WWF. “Se o ritmo de declínio da vida selvagem continuar como actualmente, corremos sérios riscos de começar a perder espécies do Canadá.”
O relatório agora divulgado revela, no entanto, dados que acalentam alguma esperança. Das 903 espécies analisadas, 45 mantiveram-se estáveis e 407 viram as suas populações crescer. É o caso das aves de rapina, em especial o falcão-peregrino, que viu a sua população aumentar 88% em apenas vinte anos.
Foto: karl.simpson / flickr