Canadá abandona Protocolo de Quioto. Japão e Rússia serão os próximos.



O Canadá tornou-se hoje no primeiro Estado a retirar-se do Protocolo de Quioto, com o argumento de que este não abrange os dois maiores emissores, Estados Unidos e China. “Assim não pode funcionar. [Quioto] não é uma via para uma solução global às alterações climáticas, é mais um obstáculo”, explicou Peter Kent, ministro canadiano do Ambiente.

Kent justificou ainda a saída do Canadá deste protocolo pelo alto valor a pagar para cumprir as suas obrigações: €10,3 mil milhões (R$24,7 mil milhões). Isto representaria “a perda de milhares de postos de trabalho sem o menor impacto nas emissões ou no Ambiente”. O responsável disse ainda que o futuro está “num novo acordo que nos permita criar empregos e crescimento económico”, mas não explicou como.

“Este é um sinal de que o Governo está mais preocupado em proteger os poluidores do que as pessoas”, comentou o responsável pela campanha contra as alterações climáticas na Greenpeace canadiana, Mike Hudema. “Isto significa afastar as nossas responsabilidades pelas nossas emissões”, principalmente em relação à fonte de poluição que mais está a aumentar, as areias betuminosas.

Citado pela Lusa, o vice-presidente da ONGA portuguesa Quercus, Francisco Ferreira, afirmou que esta retirada do Canadá do Protocolo de Quioto é “profundamente lamentável”. “Há uma questão de responsabilidade para com as futuras gerações [e nesse aspecto o Canadá] falha redondamente”, explicou o responsável.

O acordo de Quioto, assinado em 1997 e que entrou em vigor em 2005, é o único instrumento vinculativo que limita as emissões de gases com efeito de estufa (GEE). Para além do Canadá, também o Japão e a Rússia já anunciaram que não vão cumprir as metas de redução das emissões acordadas em Quioto.

Foto: Festival das Tulipas, Ottawa, Canadá.





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