Carvalhelhos avança com impressão em braille para tornar garrafas mais inclusivas para invisuais

Os números variam segundo a fonte, mas estima-se que existam atualmente em Portugal mais de 600 mil deficientes visuais. Completamente cegos serão cerca de 30 mil. E, com o aumento gradual da esperança de vida, verifica-se uma tendência para um incremento no número de pessoas com incapacidades visuais.
Foi a pensar em todos eles que a Água de Carvalhelhos avançou há dias com a impressão em braille em várias tipologias de garrafas de água mineral natural. Uma iniciativa que faz parte dos processos de inovação e responsabilidade social da empresa, que a breve prazo será extensiva às variantes de embalagem de água mineral natural gaseificada.
A marca aproveitou a substituição – recente – dos anteriores equipamentos de fabrico de garrafas por um sistema mais eficiente e sustentável (que trabalha exclusivamente com preformas) para dar início a esta nova etapa. Que faz constar o nome da marca, utilização do rPET e o pH7 através do sistema de escrita e leitura tátil para pessoas cegas ou com visão reduzida.
“Trata-se de uma mudança que pode melhorar a qualidade de vida de muitos consumidores e que atende às necessidades especiais de milhares de pessoas. A responsabilidade social é um domínio valorizado pela Carvalhelhos e que, amiúde, ganha reflexos sobretudo regionais. Esta é apenas mais uma medida, desta vez com reflexos nacionais e internacionais, visto que a empresa exporta cerca de 15% da sua produção”, frisa Gonçalo Magalhães Ferreira, Diretor Comercial de Mercado Externo e Regiões Autónomas da empresa, citado em comunicado.
Este novo passo da insígnia foi apresentado à ACAPO – Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, que, através da sua direção, considerou todos os pequenos avanços deste género importantes para termos uma sociedade mais inclusiva.
A operar há mais de um século, a Águas de Carvalhelhos é uma das mais conhecidas marcas vintage portuguesas, que tem nos últimos anos desenvolvido vários esforços de modernidade na sua operação.
O penúltimo, há cerca de um mês, foi a eliminação da cor das tampas das garrafas de PET (politereftalato de etileno) com capacidade inferior a três litros, em mais um compromisso ambiental que faz assim aumentar a reciclabilidade do plástico (isto porque os pigmentos e os aditivos dificultam o reaproveitamento do vasilhame) e a eficiência na gestão responsável dos resíduos. Uma medida que foi acompanhada por um ajustamento na tonalidade das embalagens: as de água natural apresentam-se agora no mercado menos azuis e as gaseificadas menos verdes.
Já antes, em dezembro último, a Carvalhelhos havia avançado com a incorporação de 30% de rPET (plástico reciclado) em seis tipos de embalagens. Uma mudança que representou uma antecipação em seis anos da meta definida pela União Europeia, através da Diretiva de Embalagens e Resíduos de Embalagens, a qual prevê que todos os fabricantes de garrafas PET deverão incorporar pelo menos 30% de material reciclado a partir de 2030.
A eficiência energética e a sustentabilidade ambiental, recorde-se, motivaram há quase um ano a insígnia a apostar na energia solar, com a instalação de uma unidade de produção para autoconsumo composta de 1.125 painéis fotovoltaicos e, ainda, na eletrificação da frota automóvel ao serviço da empresa. Uma transição que possibilitou uma redução na emissão de dióxido de carbono para a atmosfera na ordem das 259 toneladas anuais.
Explorados comercialmente desde 1915, os aquíferos subterrâneos da Águas de Carvalhelhos são um dos tesouros naturais de Portugal. E assumem há décadas um lugar especial na excelência generalizada das águas engarrafadas nacionais, graças à estabilidade das nascentes que deram origem à marca e às respetivas características organoléticas. Entre as quais se destaca o seu pH 7 (neutro), o que a faz – também – distinguir no mercado.