Em Cascais a recolha de biorresíduos vai chegar a todos os munícipes



O município de Cascais anuncia hoje que vai expandir a recolha de biorresíduos em sacos óticos a todo o concelho, passando a ser o primeiro do país a ter todo o território coberto pela recolha seletiva destes resíduos. Até 31 de dezembro de 2023, data em que passará a ser obrigatória esta recolha em Portugal, o município promete cobrir todos os agregados com este sistema.

Os munícipes recebem em casa um contentor de 7 litros, um rolo de sacos verdes e informação sobre o que podem lá depositar. Nestes sacos devem ser colocados os resíduos alimentares, como restos de comida, as sobras de preparação das refeições ou os alimentos degradados. Quando estiver cheio, o saco verde deve ser fechado e colocado no contentor dos resíduos urbanos indiferenciados, o mesmo contentor onde se coloca o lixo comum. Estes sacos são recolhidos pelos habituais camiões da Cascais Ambiente, ao mesmo tempo que os sacos pretos do lixo comum, e levados para a Tratolixo, onde futuramente se espera que os biorresíduos sejam separados e reaproveitados para a produção de energia.

Em Cascais, o sistema está a ser testado, desde 2018, num circuito hoje com 5 mil famílias, com custos reduzidos para a operação, através da otimização das rotas de recolha já existentes. Temos bons resultados tanto ao nível da separação como ao nível da gestão”, refere Luís Almeida Capão, presidente do Conselho de Administração da Cascais Ambiente, empresa responsável pela gestão de resíduos no concelho.

Em comparação aos sistemas com contentorização específica, este sistema apresenta uma poupança significativa, tanto financeira como ambiental, já que mantém os circuitos de recolha dos resíduos indiferenciados, utilizando os mesmos camiões em circulação e os mesmos recursos humanos. Sem contentores especiais, nem camiões dedicados para esta recolha, as emissões de gases com efeito de estufa não crescem – poupança de cerca de 15.000.000 kg de CO2 por ano – , não aumenta a contentorização na rua, nem as necessidades de lavagem, o que representa também uma poupança de água – em cerca de 300.000 m3 de água.

Este é um modelo à prova de crise. Não parámos a recolha deste fluxo com a pandemia e não vamos ter de reduzir a recolha se a situação económica do país piorar. Além disso, este é um sistema que não divide o país em dois: um concelho não precisa de ser rico para o implementar, pode usar os mesmos recursos que já tem fazer esta recolha que está quase a ser obrigatória. Não podemos voltar a desperdiçar fundos e recursos, temos de fazer mais com menos e este sistema é económico, circular e muito eficaz”, afirma Luís Almeida Capão.

Esta expansão insere-se numa estratégia de gestão dos resíduos urbanos em Cascais, pensada para alcançar a meta de preparação para reutilização e reciclagem de 60% em 2030. Ao fluxo de biorresíduos recolhido em co-coleção, a Cascais Ambiente quer juntar me breve outros materiais como os têxteis e os têxteis sanitários.





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