Cazaquistão: o estranho caso da aldeia onde as pessoas adormecem durante dias



Um quarto dos habitantes de Kalachi, uma aldeia no norte do Cazaquistão, estão a sofrer de uma estranha doença que os leva a, inexplicavelmente, começar a dormir do nada, podendo estar neste estado quase comatoso durante dias. Quando finalmente acordam, estes cidadãos encontram-se com “sintomas debilitados”, segundo o Guardian: tonturas, náuseas, dores de cabeça e perdas de memória.

De acordo com o jornal inglês, os médicos e cientistas encontram-se perplexos com esta situação e sem qualquer explicação para o fenómeno. Desde a Primavera de 2013, quando as situações começaram a acontecer, até este Março, foram relatados 152 incidentes deste género.

Nos últimos meses, o Governo do Cazaquistão e vários investigadores estão a tentar, até agora sem sucesso, descobrir o que causa esta situação. Duas das pistas que estão a ser seguidas têm como pano de fundo o envenenamento por radónio ou monóxido de carbono. Os testes mostram um nível invulgarmente alto dos dois componentes nas casas da aldeia mas, ainda assim, os investigadores colocaram de lado esta hipótese.

No final do ano passado, a investigação ordenada directamente pelo primeiro-ministro cazaque tinha efectuado 20.000 testes laboratoriais e clínicos ao ar, solo, água, alimentos, animais, materiais de construção e residentes de Kalachi.

Muitos residentes e um cientista russo acreditam que o culpado não está em Karachi, mas à porta da aldeia: uma mina de urânio soviética, abandonada nos anos 90. “Para mim existe uma fábrica a trabalhar ali”, explicou Leonid Rikhvanov, da Tomsk Polytechnic University, à Newsweek. “O radónio poderá estar a funcionar como uma substância narcótica ou anestesiante. O subsolo da mina está cheio de gases, que estão a ser libertados para a superfície”, continuou.

Ainda não há certezas de que esta teoria é responsável pela situação, mas o Governo cazaque está a oferecer uma relocalização gratuita a todos os habitantes – 100 já aceitaram ser colocados fora da zona de perigo. Outros insistem em ficar – apesar dos perigos que correm.

Foto: Seniju / Creative Commons





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