Centro de Estudos Geológicos e Mineiros do Alentejo ajuda “a criar riqueza”



A ampliação do Centro de Estudos Geológicos e Mineiros do Alentejo (CEGMA), na vila alentejana de Aljustrel, é “um investimento público que pode ajudar a criar riqueza”, disse ontem a secretária de Estado da Energia, Maria João Pereira.

“Aqui está um exemplo de um investimento público que pode ajudar a criar riqueza para a região e para o país, acrescentando valor aos nossos recursos geológicos e ajudando a atrair novos investimentos”, frisou a governante durante a sua intervenção na cerimónia de inauguração do projeto CEGMA 2.0, em Aljustrel, no distrito de Beja.

A empreitada do projeto CEGMA 2.0, promovida pelo Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) e inaugurada hoje, ao final da manhã, representou um investimento de 1,4 milhões de euros.

A obra foi financiada em 85% por fundos comunitários, através dos programas operacionais Alentejo 2020 e Portugal 2020 e do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).

O seu objetivo foi dotar o ‘campus’ do LNEG em Aljustrel “de meios avançados de investigação, facilitando o desenvolvimento de novos projetos em geologia e prospeção mineral”, assim como contribuir “para o desenvolvimento sustentável da região do Alentejo e da Faixa Piritosa Ibérica”.

Na opinião da secretária de Estado da Energia, o projeto hoje inaugurado “visa apoiar a atividade extrativa, em particular no sul do país e não só, e promover a investigação científica aplicada a recursos geológicos”.

“Esta ampliação permite aumentar a capacidade dos arquivos de amostras minerais e mapas, mas também a capacidade analítica e de processamento de rochas e minerais”, o que facilita “o desenvolvimento de novos projetos em geologia e prospeção mineral”, disse.

Maria João Pereira defendeu ainda ser necessário que o ‘campus’ do LNEG em Aljustrel seja “um polo de desenvolvimento e cooperação com o sistema de ensino superior e científico”.

“Se queremos desenvolver cadeias de valor e internalizar esse valor gerado, precisamos de ter um sistema de ensino desenvolvido, com capacidade de gerar recursos humanos altamente qualificados e capacidade de inovar com base num sistema científico forte”, justificou.

O projeto CEGMA 2.0 permitiu ao LNEG ampliar o edifício de apoio e a litoteca de Aljustrel, assim como “a integração de energias renováveis” no espaço, “visando uma melhor eficiência energética das instalações”.

O investimento possibilitou ainda equipar o espaço “de meios analíticos e de processamento de rochas e minerais, favorecendo a aplicação de técnicas de datação de rochas, de estudos de geoquímica, de petrografia e de cartografia geológica, geoquímica e geofísica”.

Com as obras foi também possível “ampliar a capacidade de arquivo do LNEG e melhorar a preservação e acesso ao seu espólio científico, que inclui, atualmente, mais de 500 sondagens de prospeção, cerca de 600.000 amostras de solos, sedimentos de corrente, rochas e minérios e mais de 18.000 mapas temáticos”.

Este investimento “é um marco importante em matéria de desenvolvimento científico, económico e tecnológico para esta região do Alentejo, mas também para Portugal”, afirmou a presidente do conselho diretivo do LNEG, Teresa Ponce de Leão, na cerimónia de inauguração.

A responsável acrescentou que, desde a sua abertura, em 2018, o ‘campus’ do LNEG em Aljustrel tem tido “um papel crucial na promoção e desenvolvimento do conhecimento e na gestão sustentável dos recursos minerais da Faixa Piritosa Ibérica”.

Teresa Ponce de Leão disse ainda que o CEGMA “pretende ser um pilar estratégico na transição energética, contribuindo para a exploração responsável e sustentável dos recursos minerais críticos e estratégicos”.





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