Centros de dados Meta nos EUA levam à escassez e subida do preço de água até 2030



Os centros de dados da Meta nos EUA podem levar à escassez e racionamento de água até 2030, prevendo um aumento do preço de água em 33% nos próximos dois anos, segundo uma investigação do The New York Times.

Recentemente, a Meta anunciou a construção de vários centros de dados, com grande potência, para aumentar as suas capacidades de desenvolvimento de Inteligência Artificial (IA).

A empresa explicou que o desenvolvimento destas infraestruturas tem como objetivo impulsionar as capacidades de IA da Meta, pelo que os novos centros de dados terão “níveis de computação líderes na indústria”, bem como “de longe a maior capacidade de computação por investigador”.

A investigação do The New York Times mostrou que no leste de Atlanta, nos Estados Unidos da América, existe um centro de dados que já causou danos em poços locais e provocou um aumento no preço da água municipal, com as previsões a indicarem que a situação poderá levar à escassez e racionamento até 2030, com o preço da água na região a aumentar 33% nos próximos dois anos.

Um centro de dados convencional utiliza, em média, cerca de 1,9 milhões de litros de água diariamente, pelo que se espera que os novos centros focados em IA sejam ainda mais “sedentos”.

Depois de analisar os pedidos de licenciamento para o uso de água, o jornal americano refere que os centros de IA poderão necessitar de milhões de litros de água diariamente.

A Organização das Nações Unidas (ONU), através de um relatório, afirmou que mil milhões de pessoas utilizam modelos de IA generativa diariamente, sendo que cada interação necessita de, em média, 0,34 watts por hora, o que equivale a 310 gigawatts-hora por ano, “o equivalente ao consumo anual de eletricidade de mais de três milhões de pessoas num país africano de baixo rendimento”.

Além disso, a organização refere que a procura de energia associada à utilização e produção de IA duplica a cada 100 dias, pressionado ainda as redes elétricas globais.

Também as projeções da UNESCO indicam que o consumo de água pelas grandes tecnológicas, como a Meta, Google ou Microsoft, poderá triplicar até 2027, pois “a água é amplamente utilizada no fabrico e construção do ‘hardware’ que suporta IA, particularmente para arrefecer componentes eletrónicos durante a fase de produção”.






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