Cerca de 4,5 milhões de pessoas necessitam de ajuda devido à seca no Quénia



Cerca de 4,5 milhões de pessoas necessitam de “ajuda humanitária” devido ao agravamento da seca que atingiu parte do Quénia, afirmou hoje a Autoridade Nacional de Gestão da Seca (NDMA, na sigla em inglês) do país.

O número de condados (dos 47 do Quénia) na fase de “alarme de seca” aumentou de dez para 14, repartidos principalmente no norte, sul, centro e leste do país.

Os condados são Laikipia, Marsabit, Garissa, Isiolo, Kilifi, Kwale, Samburu, Tana River, Tharaka-Nithi, Turkana, Wajir, Kitui, Kajiado e Mandera, que sofrem do “resultado de quatro estações fracas [de chuvas] e do início tardio e mal distribuído da curta estação chuvosa de 2022”, disse a NDMA, numa declaração.

Sete outros condados (Embu, Narok, Taita-Taveta, Makueni, Meru, Nyeri e Lamu) estão em “fase de alerta” – o segundo nível mais grave – devido à falta de água.

“Com o agravamento da seca, o número de pessoas que necessitam de ajuda humanitária atualmente ascende a 4,35 milhões”, disse a agência governamental.

O Quénia encontra-se entre os países do Corno de África afetados pela grave seca que atualmente atinge a região, onde milhões de pessoas enfrentam a insegurança alimentar e a desnutrição.

A deterioração da segurança alimentar nos condados mais afetados pela seca no Quénia levou a uma “desnutrição aguda” que afetou 942.000 crianças, com idades entre os 6 e os 59 meses, e 134.000 mulheres grávidas ou lactantes, acrescentou o NDMA.

Por ocasião da 27.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27), no Egito, o Presidente queniano, William Ruto, afirmou que “nos últimos 50 anos, as secas mataram meio milhão de pessoas e causaram perdas económicas de mais de 70 mil milhões de dólares [cerca de 69,9 mil milhões de euros, ao câmbio atual] na região”.

A atravessar aquela que já foi considerada como a pior seca dos últimos 40 anos, a vida humana não foi a única afetada. “A famosa vida selvagem do Quénia não foi poupada. Carcaças de elefantes, zebras, gnus e outros animais selvagens estão nos nossos parques. Gastámos 3 milhões de dólares [2,9 milhões de euros] para lhes levar comida e água”, acrescentou Ruto.





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