Cerca de 50 alunos da Faculdade de Letras solidários com colegas detidos protestam contra diretor
Cerca de meia centena de estudantes solidários com os alunos da Faculdade de Letras detidos na sexta-feira protestaram hoje em frente à instituição contra a decisão do diretor, que consideram inaceitável.
“Tamen, estás a ouvir? temos direito a resistir”, “Alunos ignorados são estudantes revoltados” ou “Sem estudantes, não és nada, mostra a cara na entrada” eram algumas das mensagens cantadas em coro por dezenas de alunos concentrados à entrada da Faculdade de Letras.
O protesto foi organizado por um grupo de alunos da faculdade em solidariedade com os quatro ativistas detidos pela PSP, na noite de sexta-feira, por recusarem a ordem de sair das instalações, onde três deles chegaram mesmo a colar as mãos ao chão, após uma semana de ocupação, que se repetiu por várias escolas em protesto contra os combustíveis fósseis.
Iara Sobral, como os outros organizadores, não participou na ocupação, mas não ficou indiferente à decisão do diretor, que o próprio Miguel Tamen reconheceu ter “apenas três ou quatro precedentes na escola nos últimos cinquenta anos”.
Não pedem, de forma perentória, a demissão do responsável, mas Iara Sobral disse que o diretor já não tem condições para se manter no cargo e pede que, pelo menos, venha a público assumir a responsabilidade, depois de ter enviado uma nota interna em que sublinha que a faculdade, como comunidade autónoma, não pode resolver reivindicações dos ativistas.
Ana Carvalho foi uma das detidas na sexta-feira e quis também estar presente no protesto. Apesar de lamentar que tenha sido necessária uma situação extrema para que mais alunos apoiassem a luta pelo clima, agradeceu o apoio dos colegas.
Após mais de meia hora de protesto, alguns manifestantes acabaram por desmobilizar quando os ativistas do movimento “Fim ao Fóssil: Ocupa!” se retiraram, a caminho da manifestação junto ao Ministério da Economia e do Mar, mas outros 20 mantiveram-se junto à entrada da faculdade, repetindo as mesmas mensagens, sob o olhar de oito agentes da PSP.