Certificação global do açúcar mais lenta do que o previsto



As plantações de açúcar cresceram globalmente de 19 milhões de hectares, em 2000, para quase 24 milhões de hectares, em 2010 – o mesmo número do óleo de palma e do coco juntos – e prevê-se que a expansão continue a crescer, à medida que a procura de açúcar para confecção alimentar e etanol persiste.

Nos últimos anos, organizações como a Fairtrade, Rainforest Alliance e IFOAM Organic têm tentado enverdecer esta indústria, mas os esforços têm sido em vão. Em 2008, a Bonsucro – antiga Better Sugarcane Initiative, um programa desenvolvido em parceria com a WWF – tentou levar o açúcar certificado a um mercado global, mas todas as projecções iniciais têm sido desrespeitadas.

Hoje, cerca de 3,66% de todo o açúcar global é certificado. No entanto, em 2012, o antigo CEO da Bonsucro, Nick Goodall, prometeu chegar aos 5% dentro de dois anos – o que não aconteceu. Com os números revistos em baixa, as perspectivas de chegar aos 20% até 2017 são inexistentes.

A Bonsucro incluiu empresas como a Coca-Cola, a Ferrero ou pertolíferas como a BP e a Shell, mas há outras pedras no sapato da organização. A Tate & Lyle demitiu-se da parceria no início do ano, depois de alegações de que se terá apropriado de terras no Camboja.

“O standard da Bonsucro tem em conta o impacto social e ambiental. Os agricultores, moleiros, marcas, ONG uniram-se e disseram: precisamos de fazer alguma coisa. Eles querem um standard que possa mudar a indústria”, explicou a CEO da Bonsucro, Natasha Schwarzbach, ao Guardian.

Um dos membros fundadores da coligação, a Bacardi, comprometeu-se a comprar 100% de açúcar sustentável até 2022. Duas outras marcas, a Ferrero e a Coca-Cola, querem antecipar esta data em dois anos.

No entanto, tal não será fácil. O açúcar é plantado em 102 países, mas a Bonsucro apenas tem fábricas certificadas em dois deles, o Brasil e a Austrália. Existem seis países prioritários: Tailândia, Índia, Indonésia, Paquistão, México, Fiji. Também a América Central é uma das prioridades da coligação, de acordo com Schwarzbach, que admite tem um longo caminho à sua frente.

Foto: Jenny Mealing / Creative Commons





Notícias relacionadas



Comentários
Loading...